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    Assalto de Damasco: realidade ou espetáculo?

    A Rússia e a China bloquearam o projeto ocidental de resolução do Conselho de Segurança da ONU para a Síria, que previa a introdução de sanções rígidas em relação às autoridades em Damasco, se estas não cumprirem uma série de exigências.

    O representante permanente da Rússia na ONU, Vitali Churkin, explicou a posição de Moscovo: “O projeto distinguia-se por ser extremamente unilateral. As ameaças de pressão e sanções eram dirigidas exclusivamente ao governo da Síria. Isto não reflete a realidade da atual situação no país.”

    A realidade é tal que não é necessário conter o governo da Síria e sim a oposição irreconciliável. Seus destacamentos anunciaram abertamente o início da realização do plano Vulcão em Damasco – terremoto na Síria. No âmbito do qual os rebeldes – segundo eles próprios, lançaram à capital do país 30 mil combatentes.

    É verdade que muitos observadores consideram que o número é exagerado em dezenas de vezes e trata-se de operação propagandística. O orientalista russo Leonid Issaev considera:

    “Por enquanto os rebeldes sírios não conseguiram estabelecer controle prolongado sobre nenhuma cidade. Se conseguirem o planejado e Damasco cair, então, naturalmente, a situação mudará imediatamente. Entretanto, em essência, a atual ofensiva é um gesto de desespero. O exército da Síria, como antes, é forte e as forças dos rebeldes não aumentam de modo algum. O ocidente, com exceção de dinheiro e armas, por enquanto não quer ajudar. Pelo menos enquanto a posição da Rússia permanecer rígida. No entanto a oposição síria está recebendo muito dinheiro. Os patrocinadores de oposicionistas já começam a duvidar, valerá a pena financiar generosamente este projeto? E na própria Síria as forças dos rebeldes começam a se esgotar. Por isso o chamado assalto de Damasco é um espetáculo com a finalidade de restabelecer o financiamento da oposição irreconciliável.”

    Muito dinheiro vai para o projeto sírio, entretanto não há resultados por enquanto. O regime em Damasco, como antes, contém o golpe e permanece perfeitamente sólido. Como resultado a oposição irreconciliável, para manter seu renome aos olhos dos patrocinadores, começa a promover espetáculos. Isto se refere também ao chamado assalto de Damasco, considera o analista militar sírio Mukhammed Issa:

    “Agora em Damasco estão pequenos grupos armados, evidentemente sob controle da Arábia Saudita. Eles realizam ataques e abrem fogo. Mas assim que as forças de segurança chegam ao local, os rebeldes imediatamente desaparecem e algum tempo depois, aqueles que sobreviveram realizam um ataque em outro bairro. Há muito barulho, mas não há qualquer resultado prático para os rebeldes. Mas, para um observador de fora pode parecer que em Damasco ocorre uma verdadeira guerra.”

    Agora é complexo avaliar a verdadeira envergadura das operações dos rebeldes sírios. E ainda assim têm-se a impressão de que o roteiro chega ao final. E a questão do vencedor será resolvida em breve.

    Fonte: VR

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