A Argentina pediu à China a detenção e extradição do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Akbar Velayati, para responder no processo por um atentado de Buenos Aires em 1994, indicou a diplomacia argentina.
Este pedido foi apresentado na quinta-feira, um dia antes da chegada, prevista para hoje, de Velayati e do Presidente do Irão, Hasan Rohani, à China. Um pedido semelhante foi feito à Rússia, onde Velayati acompanhou, enquanto conselheiro especial, a deslocação do chefe de Estado iraniano.
Velayati era ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão na época do atentado contra o centro judaico AMIA de Buenos Aires, no qual morreram 85 mortos e 300 feridos. Na Argentina vive a mais importante comunidade judaica da América Latina.
O então ministro foi acusado, ao lado de outros alegados instigadores iranianos, pela justiça argentina de ser “o autor intelectual” do atentado, um dos mais graves de sempre registado naquele país.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino enviou às autoridades russas o pedido de detenção preventiva emitido pelo juiz Rodolfo Canicob Corral, encarregado do inquérito sobre o atentado.
“A Argentina espera uma resposta das autoridades russas, formulada no âmbito do tratado de extradição entre os dois país”, indicou o Ministério argentino em comunicado.
Ao contrário de outros acusados, Velayati não é alvo de um mandado de captura internacional e a sua extradição só pode ser pedida durante cada uma das suas deslocações a países estrangeiros.
Em 2011, a visita à Bolívia do então ministro da Defesa do Irão Ahmad Vihidi desencadeou uma crise diplomática com a Argentina, que exigia a extradição do responsável. La Paz encurtou a visita do ministro iraniano e apresentou um pedido de desculpas a Buenos Aires. (Notícias ao Minuto)
por Lusa