Genebra – A delegação angolana na 130ª Assembleia da União Interparlamentar (UIP) voltou a ter terça-feira, em Genebra, Suíça, participação activa na comissão de Desenvolvimento Sustentável, Finanças e Comércio, onde partilhou experiências para ajudar a melhorar as políticas do Executivo viradas à prevenção de catástrofes.
A sessão, segundo a deputada Exalgina Gamboa, membro da delegação, produziu resultados positivos e foi marcada pelas discussões em torno da proposta de resolução sobre o tema “Por um desenvolvimento resistente aos riscos das catástrofes”.
“Penso que foi positivo e vamos tentar transmitir essa experiência aos órgãos de direito e estudar a legislação, no sentido de contribuir para que tenhamos instrumentos que possam ajudar o Executivo a melhor gerir as catástrofes”, declarou a parlamentar à imprensa, no final da sessão.
Explicou que os debates incidiram sobre as questões da população, temática em que Angola deu o seu contributo na reunião de preparação, realizada domingo último.
“Essa contribuição visou mostrar a experiência de Angola no que respeita às medidas do Executivo tendentes a prevenir as catástrofes naturais e alterações climáticas. Este tema tem sido debatido muitas vezes, mas agora o enfoque principal foi sobre a pressão democrática que há, resultado das catástrofes e vice-versa”, referiu.
Disse que as catástrofes também provocam incidências graves sobre a mobilidade da população, daí que “houve muita tónica da demografia e há necessidade de os parlamentares tomarem medidas concretas no quadro legislativo e do acompanhamento das actividades das políticas que os governos adoptam”.
De acordo com Exalgina Gamboa, na sessão falou-se muito que os países com orla marítima e as ilhas são os que mais problemas têm, porque estas catástrofes normalmente têm a ver com inundações, alta de marés e provocam graves prejuízos.
“Isso tem provocado a mobilidade das populações mais para o interior. Há uma pressão demográfica das populações para o interior e as populações também exercem pressão sobre os recursos naturais”, reforçou.
Esta pressão, sublinhou, também pode criar alterações climáticas e riscos graves para o eco-sistema.
Disse que intervieram vários países que já sofreram e criaram órgãos de gestão para gerir os riscos e para prevenir as catástrofes naturais, acrescentando que o país tem um plano estratégico para prevenir catástrofes.
“Há um plano estratégico no sector do ambiente e cerca de oito programas ligados a esta questão. Angola tem muita legislação já aprovada no domínio do ambiente e a protecção de catástrofes e a nossa experiência foi bem acolhida”, concluiu a deputada.
Nesta quarta-feira, está prevista nova reunião da comissão, para a aprovação do projecto de resolução. (portalangop.co.ao)