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    Amnistia denuncia ataques de soldados do Sudão do Sul a civis

    Soldados do Governo do Sudão do Sul e milícias aliadas atacaram civis violando-os, queimando-os vivos, atropelando-os e pendurando-os em árvores, enquanto o Governo procura um acordo de paz para acabar com a guerra civil, denunciou hoje a Amnistia Internacional.

    Num relatório divulgado hoje, com base em entrevistas a 100 pessoas deslocadas dos municípios de Leer e Mayendit, no Estado sudanês de Unidade, a organização não-governamental Amnistia Internacional (AI) relatou os ataques, entre abril e julho, que as Nações Unidas descreveram como uma ofensiva destinada a “limpar áreas controladas pela oposição”.

    O relatório surge pouco depois da mais recente tentativa de paz do Sudão do Sul, que foi assinada, em 12 de setembro, tendo sido recebido com ceticismo pelos Estados Unidos e outros países.

    Pela primeira vez, os Estados Unidos, o Reino Unido e a Noruega, a ‘troika’ que ajudou o Sudão do Sul a alcançar a independência do Sudão, em 2011, decidiram não assinar o acordo de paz, afirmando que continuam “preocupados com o nível de compromisso das partes”.

    Leer e Mayendit estão entre as regiões mais atingidas durante a guerra civil do Sudão do Sul, que matou dezenas de milhares e fez com que mais de dois milhões de pessoas fugissem do país, criando a maior crise de refugiados desde o genocídio de 1994 em Ruanda.

    Segundo o relatório da AI, aqueles que não conseguiram fugir da ofensiva do Governo, em Leer e Mayendit, foram mortos, com idosos e deficientes queimados vivos nas suas casas.

    “Eles violaram mulheres, mataram idosos e levaram jovens”, referiu Nyabieli Gai à agência Associated Press durante uma visita no passado mês à cidade de Nyal, controlada pela oposição, onde centenas de pessoas procuraram refúgio da ofensiva.

    O Governo do Sudão do Sul que frequentemente rejeita os relatos “como lixo”, disse que o novo acordo de paz significa o fim da guerra.

    O Presidente do país, Salva Kiir, frisou que qualquer dúvida só irá alimentar a determinação do Governo “para consolidar a paz”.

    Dias após a assinatura do acordo, os combates entre o Governo e as forças da oposição começaram nos municípios de Lainya e Kajo Keji, na Equatória Central, e um capacete azul da ONU nepalês foi baleado e ferido, o que a ONU condenou como “ataque direto” à sua missão na cidade de Yei.

    Uma investigação sobre os últimos combates está em curso pelo Mecanismo de Acompanhamento dos Acordos de Segurança de Cessar-fogo e de Transição, órgão responsável de monitorizar o cessar-fogo.

    Um especialista em conflito afirmou que o atual sistema de incentivo da paz no Sudão do Sul está quebrado.

    O acordo de paz firmado em Cartum pelo Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e os principais líderes da oposição contempla um cessar-fogo por um período transitório de oito meses e a posterior constituição de um Governo de unidade nacional.

    O conflito no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, dois anos depois da independência do Sudão, quando Kiir acusou o então vice-presidente Riek Machar de orquestrar um golpe de Estado.

    A violência causou pelo menos 10.000 mortos e quatro milhões de deslocados, dos quais mais de metade estão refugiados em países vizinhos, de acordo com cálculos das Nações Unidas. (Notícias ao Minuto)

    por Lusa

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