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    “A Luz do Mundo”: Arcebispo critica “abordagem” de Luanda no combate a seita

    Presidente da Ceast, Dom Gabriel Mbilingi (Foto: David Dias/Arquivo)
    Presidente da Ceast, Dom Gabriel Mbilingi (Foto: David Dias/Arquivo)

    O arcebispo católico do Lubango (Angola) criticou hoje a “abordagem” das autoridades angolanas no combate aos confrontos provocados por fiéis da seita religiosa “A Luz do Mundo” que causaram a morte de nove políticas e de 13 ativistas.

    Gabriel Mbilingi, igualmente presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM), falava aos jornalistas num intervalo do seminário “África e Desenvolvimento Sustentável”, que decorre na Ribeira Grande de Santiago, 12 quilómetros a oeste da Cidade da Praia, em Cabo Verde.

    “É um fenómeno que cria muita tensão, que pode ter consequências imprevisíveis, também pela forma como está a ser abordado, até pelas autoridades, o que também deixa uma certa preocupação. A Igreja Católica acompanha este dado triste em Angola com bastante preocupação e tem o compromisso de ajudar na busca de soluções”, afirmou Gabriel Mbilingi.

    Para o arcebispo do Lubango, o “fenómeno” registado no Huambo em torno da seita religiosa está a causar “muita consternação e preocupação” não só na Igreja Católica, maioritária em Angola, como também na própria população.

    “Quando a religião é falsificada e cede a objetivos que não o tornar possível o Evangelho presente na vida das pessoas e das comunidades, isso desvirtua em muito a finalidade de uma religião”, acrescentou.

    Os tumultos no Huambo tiveram início na quinta-feira passada, com a morte de nove polícias e de 13 elementos da seita religiosa, no município da Caála, quando as partes entraram em confronto, na tentativa dos efetivos policiais em capturar Julino Kalupeteca, líder da seita, ilegal e que advoga o fim do mundo em 2015.

    Contudo, a Polícia Nacional garantiu que a situação está controlada, apelando calma à população e para que denuncie qualquer movimento dos seguidores da seita religiosa, que acusam de pretender implantar o caos e o terror nas comunidades.

    Hoje, e questionado sobre o extremismo islâmico que tem estado a ser protagonizado por organizações como o Boko Haram, Gabriel Mbilingi respondeu que é o “cristianismo”, no seu todo, que “está a ser atacado”.

    “É o cristianismo no seu todo que é atacado. Não é só a Igreja Católica ou a Igreja Protestante, mas sim a religião cristã. Este grande ódio à Cruz do Senhor e a tudo aquilo que é a fé em Jesus Cristo não deixa de nos preocupar”, frisou.

    “Temos a missão de dialogar com outras religiões, mas não há uma cara do outro lado. Sabem que estão a fazer ações de ninguém se orgulharia de fazer, trazem mal estar, acabam por empobrecer muito mais o continente, aumentam o número de refugiados, deslocados e pobres, aumentam o fosso entre ricos e pobres e isso tudo vindo de uma religião que deveria contribuir para a paz e desenvolvimento”, concluiu. (noticiasaominuto.com)

    por Lusa

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