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    Zoran Zaev eleito primeiro-ministro da Macedónia após seis meses de impasse

    O parlamento da Macedónia elegeu na quarta-feira um novo Governo de coligação centro-esquerda liderado pelo ex-líder da oposição Zoran Zaev, terminando um impasse político de seis meses.

    A eleição do novo Governo teve 62 votos a favor e 44 contra dos deputados para confirmar um gabinete de 26 membros proposto por Zaev, que lidera o partido social-democrata. Cinco deputados abstiveram-se e nove faltaram à votação.

    Zaev (na foto), de 42 anos, foi nomeado primeiro-ministro pelo parlamento imediatamente após a votação. O partido conservador do ex-primeiro-ministro Nikola Gruevski ganhou as eleições, mas ficou sem uma maioria parlamentar.

    Cerca de um quarto da população da Macedonia é albanesa e as tensões interétnicas levaram a ex-república jugoslava à guerra civil em 2001.

    A 17 de Maio, o presidente macedónio, Gjorge Ivanov, anunciou que ia pedir ao chefe da oposição social-democrata, Zoran Zaev, para formar com os partidos albaneses um Governo de coligação destinado a ultrapassar o impasse político.

    O presidente Ivanov, que até ao momento recusava esta solução governativa, por considerar que um gabinete da União Social-Democrata da Macedónia (SDSM) e dos partidos albaneses poderia comprometer a unidade nacional da Macedónia, mudou de posição após ter recebido garantias de Zaev por escrito quanto à soberania do país.

    Zoran Zaev e o SDSM, com o apoio dos partidos albaneses, asseguram uma maioria no parlamento (67 deputados num total de 120).

    No poder desde 2006, o partido Organização Revolucionária Macedónia do Interior-Partido Democrático para a Unidade Nacional Macedónia (VMRO-DPMNE, direita) de Nikola Gruevski, venceu com curta vantagem as legislativas de 11 de Dezembro, garantindo 51 deputados contra 49 dos sociais-democratas, uma maioria insuficiente para governar sem recurso a coligações.

    Gruevski não conseguiu convencer o seu antigo parceiro de coligação, a formação albanesa União Democrática para a Integração (DIU), a formar um novo Executivo, e remete-se agora à oposição.

    A questão étnica parecia “encerrada” na Macedónia desde os acordos de Ohrid de 2001, quando após meses de confrontos armados entre separatistas albaneses locais, de religião muçulmana, e o exército macedónio, foram garantidos direitos acrescidos à minoria albanesa.

    No entanto, nos últimos meses e na sequência de diversas reuniões em Tirana promovidas pelo primeiro-ministro da vizinha Albânia, Edi Rama, os principais partidos políticos que representam a minoria albanesa na Macedónia (20% a 25% dos 2,1 milhões de habitantes, com uma maioria de população eslava e ortodoxa) chegaram a acordo sobre reivindicações comuns e exigiram o reforço dos seus direitos.

    Os simpatizantes eslavos de direita manifestavam-se diariamente desde há semanas na capital Skopje contra a formação de um governo SDSM-partidos albaneses, que, na sua perspectiva, ameaça a própria existência da Macedónia (o nome ‘oficial’ permanece Antiga República Jugoslava da Macedónia, FYROM, devido a um outro contencioso com a vizinha Grécia).

    Os apoiantes do VMRO-DPMNE rejeitam a concessão ao albanês do estatuto de língua oficial no conjunto do território, na sua perspectiva a primeira etapa para o desmembramento do país.

    Em 27 de Abril, quando o SDSM e os partidos albaneses decidiram eleger um novo presidente do parlamento, o albanês Talat Xhaferi, cerca de uma centena de manifestantes irrompeu no hemiciclo. Diversos deputados foram espancados, incluindo Zoran Zaev, uma acção que suscitou fortes críticas nas principais capitais europeias e em Washington.

    A Macedónia permanecia há dois anos num clima de agitação política na sequência da divulgação de escutas ilegais que revelaram casos de corrupção envolvendo altos responsáveis governamentais do VMRO-DPMNE. (Jornal de Negócios)

    por Lusa

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