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    VICTÓRIA COSTA: Sector petrolífero garante negócios a empresas locais

    Victória Costa revela que as empresas locais que fornecem bens e serviços à indústria ainda são reduzidas. Foto: Contreiras Pipa
    Victória Costa revela que as empresas locais que fornecem bens e serviços à indústria ainda são reduzidas.
    Foto: Contreiras Pipa

    A direcção de Promoção Empresarial da Sonangol estimula o consumo da produção nacional no país nos vários sectores daquela indústria angolana com o fim de favorecer o surgimento de novas firmas.

    A chefe do depar­tamento de Fomento e Desen­volvimento Empresarial da Direcção de Negociações da Sonangol, Victória Costa, defende que existem oportunidades de negócios em todos os sectores ligados à exploração petrolífera. Ao JE, a responsável falou dos pro­jectos dedicados à promoção de negócios no sector.

    Quais são as atribuições do departa­mento que dirige?

    O principal objectivo deste depar­tamento é definir estratégias, com vista a aumentar o número de empresas angolanas a forne­cer bens e serviços para o sector petrolífero. Através da promoção do consumo da produção nacio­nal, incentivamos o surgimento de empresários angolanos no sec­tor petrolífero. Com efeito, a nossa área desenvolve assim o papel de entidade coordenadora das activi­dades do Centro de Apoio Empre­sarial da Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA).

    O projecto de promoção do consumo nacional já tem alguns anos?

    Muitos anos. O projecto já é antigo. Começou em finais da década de 90 e resultou de um convénio entre a Sonangol e o Ministério dos Petróleos. Por razões técnicas, o projecto foi integrado no depar­tamento de Fomento e Desenvol­vimento Empresarial.

    Quais são os passos que já foram dados de lá para cá?

    De lá para cá, já foram dados vários passos, com destaque para a criação do Centro de Apoio Empresarial (CAE), que se dedica à formação de empresários para fornecer bens e serviços no sec­tor petrolífero.

    Quais são os passos para se criar uma empresa no sector petrolífero?

    É importante esclarecer que nós não criamos empresas. Recebe­mos empresas constituídas com capital para investir no sector petrolífero. O primeiro passo é registar a empresa no Ministé­rio dos Petróleos e no Centro de Apoio Empresarial (CAE) e, segui­damente, a Câmara de Comércio Indústria de Angola (CCIA) emite um certificado que lhe autoriza o exercício da actividade no sec­tor petrolífero. Posteriormente, o CAE faz uma avaliação geral das condições da empresa para depois se habilitar aos concursos públi­cos para fornecer ou prestar ser­viços no sector.

    Qual é o valor mínimo para investir no sector petrolífero?

    É difícil determinar um valor mínimo para se investir no sector petrolífero, pois o investimento varia de acordo com a actividade que se vai desenvolver. Porém, a lei prevê um investimento não infe­rior ao equivalente em kwanzas a 250 mil dólares norte-america­nos. Mas, entre operadores, é pos­sível fazer contratos com um valor inferior ao equivalente a 250 mil dólares norte-americanos.

    Quais são as áreas que oferecem maio­res oportunidades de negócios?

    Temos oportunidades de negócios em todos os sectores, principal­mente no ramo da engenharia, construção de sondas, hidráulica, fornecimento de equipamentos e manutenção de sondas. Gostaría­mos de ver pelo menos 30 por cento de cada investimento do sector a ser assumido por angolanos. E isto não se faz com empresas de segurança, tão pouco catering, segmentos que mais recebem investimentos angolanos.

    Mas há cada vez mais empresários angolanos a apresentarem propos­tas de investimento?

    Sim. Actualmente, temos mais de mil propostas apresenta­das. Destas, já intermediámos a entrada em funcionamento de mais de 200 empresas desde o início do projecto. Importa referir que até ao ano de 2000, não havia nenhuma empresa angolana a operar no ramo da engenharia. Hoje, temos em fun­cionamento quatro empresas no ramo da engenharia.

    Como são feitos os concursos para pres­tar serviços no sector petrolífero?

    Quanto ao concurso público, a lei prevê a publicação do seu anúncio no jornal de maior tiragem no país, no caso, o Jornal de Angola. Além deste meio, a informação fica dispo­nível no site da Sonangol e todos os interessados podem consultar. Para concorrer, basta reunir os requisi­tos exigidos para o efeito.

    Existe alguma linha de crédito para apoiar os investidores?

    Como todos sabemos, exis­tem várias iniciativas do Executivo no sentido de dis­ponibilizar financiamentos para empresas angolanas, com destaque para o Angola Investe. Além disso, o Centro de Apoio Empresarial (CAE) tem vindo a apoiar as empre­sas na organização do processo e apresentação de um plano de negócios convincente para um financiamento bancário.

    Existe algum plano de formação de inves­tidores para assegurar os negócios?

    Sim. Temos planos de formação anual dirigida aos empresários nacionais através da Câmara de Comércio Indústria Angola, em par­ceria com o CAE. As acções de for­mação são dirigidas de acordo com as necessidades do empresariado nacional. Discutimos temas como a ética empresarial, planos de negó­cios, qualidade, saúde, segurança, meio ambiente, gestão financeira e de recursos humanos.

    Que avaliação faz dos planos de inves­timentos apresentados até à data presente?

    Podemos dizer que estão a melhorar a cada dia que passa. Faces às acções de formação ministradas no Centro de For­mação Empresarial, os inves­tidores estão a apresentar propostas de investimento com riscos acautelados, além da previsão da situação de segu­rança e protecção ambiental, o que constitui mola impulsiona­dora para o crescimento.

    Existe algum mecanismo para dis­ponibilizar informações aos investi­dores em termos de oportunidades de negócios?

    Sim. Através da Câmara de Comércio e Indústria, os ope­radores enviam para as empre­sas que já reúnem as condições para operar no sector, a lista de oportunidades de negócio apro­vadas para concurso público. Além dos actuais mecanis­mos de comunicação, temos em vista a criação de outros instrumentos para facilitar o acesso à informação.

    Quais são as áreas onde os angolanos estão a investir mais?

    As empresas fornecem bens e serviços com baixa exigência financeira e tecnológica, pois, são representantes de marcas e equipamentos estrangeiros que vão prestando serviços de manutenção.

    ANDRÉ SIBI (Jornal de Economia & Finanças)

     

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