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    Vice da TAP: «É mais importante a TAP ser bem vendida do que ser vendida rápido» (vídeo)

    O vice-presidente da TAP considera que não há pressa em privatizar a empresa. Depois da tentativa falhada de venda a Germán Efromovich, o Governo garantiu que a intenção de vender continua a valer, mas não apontou uma data para a operação.

    Entrevistado na TSF e Dinheiro Vivo, o vice presidente da empresa, Luiz Mór, sublinha mesmo que «é mais importante a TAP ser bem vendida do que ser vendida rápido. Só vai acontecer se acontecer bem feito. Mesmo que demore». O administrador executivo sublinha que «a TAP não tem uma situação de sobrevivência como a da Alitalia, que ou vende ou morre. Chegámos aqui há 13 anos num processo de privatização. A TAP vive e continuará a viver dos seus próprios resultados».

    A necessidade de privatizar continua a existir, dado que a TAP é «a última empresa da Europa desta dimensão com 100% de capital público. Para ter uma dinâmica maior, e aproveitar melhor as oportunidades de mercado, a TAP terá de vir a ser uma empresa privada. Mas não é “faz agora ou morre”. E é muito bom que seja assim. Isso permite que o Governo possa procurar fazer bem feito, que é o que está procurando fazer».

    A operação deve ser feita «tão rápido quanto for possível conseguir uma compra aceitável», sustenta. E, para isso, «o Governo tem de continuar a trabalhar para isso, como está a fazer e como os outros Governos fizeram, tem de procurar uma solução que garanta uma TAP portuguesa, que defenda os interesses de Portugal».

    Luiz Mór afirma, no entanto que não se sabe quando será possível avançar com a operação: «depende de outros». Além disso, admite que «o momento não é muito favorável. Pela crise, pelas fontes de financiamento, pela própria situação dos interessados potenciais. As empresas aéreas seriam os primeiros candidatos. As grandes empresas aéreas europeias passaram, nos últimos anos, um processo muito forte de prejuízos e reestruturação».

    Brasil 2014 pode ajudar aos resultados

    O Campeonato do Mundo de futebol no Brasil – onde Luíz Mór nasceu, estudou e fez carreira – pode ajudar às contas da TAP em 2014: « ajuda. Nós voamos para 12 cidades no Brasil, incluindo 10 das 12 que são sedes dos jogos. Nós somos – antes, durante e depois da Copa do Mundo – a maior empresa aérea entre o Brasil e a Europa. Somos maiores que a TAM, a Iberia e a Air France juntas».

    «Competição desigual» com algumas low-cost…

    Luiz Mór assegura que a TAP convive bem com a concorrência das companhias low-cost, que, no entender do responsável da transportadora nacional, seguem dois modelos diferentes: «a Easy Jet, a Vueling, a Transavia, e outras, são parecidas entre si e trabalham de forma semelhante às grandes empresas: vão para aeroportos principais».

    O modelo da Ryan Air, sustenta Mór, é diferente: «a Ryan air não vive de vender viagens. Vive de vender passageiros aos aeroportos, às regiões de turismo. Traz pessoas e ganha dinheiro com as pessoas que traz. Recebe apoios das regiões de turismo e dos aeroportos em todo o mundo».

    Em Portugal a Ryan Air está no aeroporto da Portela e no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, mas o modelo é o de não ligar aeroportos principais, afirma: «é por isso que voa para aeroportos secundários. Não porque goste, mas porque são aeroportos que estavam muito ansiosos. Se pagarem, vale a pena», afirma.

    Terá sido, no entender do vice-presidente da TAP, o caso do aeroporto da segunda maior cidade do país, onde a Ryan Air construiu uma base e no qual é lider: «o Porto fez uma opção boa». Mas sublinha que aquele é «um processo complexo: é um aeroporto muito caro, deficitário, e que subsidia a presença da Ryan Air».

    Luiz Mór diz que a competição «não é um problema para a TAP», a não ser quando «estas empresas recebem apoios e perturbam a competição, que passa a ser desigual». Apoios como «taxas aeroportuárias diferentes, apoios do Turismo de Portugal, apoios das regiões de turismo», através dos quais as empresas passam a ser «subsidiadas». A TAP apenas quer, diz o administrador executivo, «que as regras sejam as mesmas para todos».

    … Mas Ryan Air a ligar Lisboa e Porto «não faz mossa»

    Mór garante que não está, no entanto, preocupado com o caso específico da ligação Lisboa-Porto da Ryan Air (uma rota que até agora era exclusiva da TAP).

    Quando questionado sobre se esses vôos, que começam em Abril, vão fazer mossa nas contas da transportadora aérea nacional, o administrador responde com um assertivo «Não. Não é uma rota rentável. As rotas curtas são muito caras para as empresas aéreas de um modo geral».

    O administrador executivo da TAP considera mesmo que esta opção da companhia low-cost está relacionada com o «posicionamento de aviões. Como eles operam Faro, Porto, e já começaram a operar em Lisboa, precisam de reposicionar os aviões e então fizeram Lisboa-Porto» (tsf.pt)

    por Hugo Neutel

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