A moção de censura levantada pelo Partido Trabalhista a Theresa May foi esta quarta-feira rejeitada no Parlamento britânico. Com 306 votos a favor e 325 contra, a primeira-ministra sobreviveu, pela segunda vez em pouco mais de um mês, a uma moção que poderia tê-la afastado da chefia do Governo.
Segundo informa a RTP, que cita a Lusa, durante o debate para a moção de censura, que antecipou a votação final, Theresa May fez um último apelo. “Neste momento crucial na história da nossa nação, uma eleição geral não é do interesse nacional”, assegurou.
“Iria aprofundar a divisão do país num momento em que é necessária união, traria caos quando precisamos de certezas e traria atrasos quando precisamos de seguir em frente, portanto acredito que a Câmara [dos Comuns] deveria rejeitar a moção” de censura, tinha apelado May.
Ainda durante o debate, a primeira-ministra britânica sublinhou que, quando abrir as conversações entre os partidos para discutir uma nova abordagem ao Brexit, não irá aceitar a exigência do Partido Trabalhista de manter o Reino Unido numa união aduaneira com livre comércio.
Ao integrar uma união aduaneira, onde o comércio é livre, o Reino Unido ficaria impedido de realizar os seus próprios acordos comerciais independentes.
“Eu quero aquilo que o povo britânico votou”, explicou May. “Votaram pelo fim da livre circulação, votaram a favor de uma política de comércio independente, votaram pelo fim da jurisdição do Tribunal de Justiça da União Europeia. Cabe a este Parlamento assegurar que cumprimos com isso”.
O debate para a moção de censura foi também marcado por duras críticas à primeira-ministra, acusada de estar em negação relativamente à dimensão das dificuldades que tem enfrentado devido ao Brexit.