Angop
A concessionária Toyota prevê abrir em Angola, no próximo mês, uma academia para formar mecânicos angolanos, anunciou hoje (segunda-feira), em Luanda, o embaixador do Japão, Hironori Sawada, à saída de uma audiência que manteve com o Presidente da República, João Lourenço.
Na última semana, o presidente da multinacional japonesa, Tchiro Kitaoka, afirmou que a companhia tem a intenção de investir cerca de 200 milhões de dólares norte-americanos para a construção em Angola de uma linha de montagem de viaturas Toyota.
Hoje, no final da audiência que lhe foi concedida pelo Chefe de Estado angolano, o embaixador do Japão disse à imprensa que a mesma serviu para abordar “aspectos de interesse comum”, numa altura em que os dois países trabalham no aprofundamento da cooperação.
“Temos vários projectos em andamento e estamos a trabalhar para o incremento da cooperação”, sublinhou o diplomata nipónico.
O diálogo entres as duas entidades acontece um dia após o regresso do Presidente angolano ao país, depois de participar na 7ª Conferência Internacional de Tóquio Sobre o Desenvolvimento de África (TICAD7), decorrida de 28 a 30 deste mês, em Yokohama (Japão).
O Chefe de Estado angolano foi convidado pelas autoridades japonesas para regressar ao Japão, no primeiro trimestre de 2020, para uma visita oficial.
Relações Económicas e Cooperação Bilateral
Na última década, o Japão tornou-se num parceiro estratégico de Angola, onde reforça a presença das suas empresas e financia projectos em sectores-chave da economia, como o das telecomunicações.
O país asiático tem como principais activos na cooperação económica e bilateral com Angola a reabilitação e a expansão do Porto do Namibe, a recuperação de três fábricas têxteis e o financiamento para o lançamento do cabo de fibra óptica.
Além desses áreas, o Japão tem desenvolvido, em Angola, vários projectos em áreas como desminagem, infra-estruturas, agricultura, educação e saúde.
No âmbito das trocas comerciais, Angola importa daquele país mercadorias como veículos automóveis, aço, ferro e equipamentos, vendendo em troca, maioritariamente, petróleo e outras matérias-prima.
Um dos principais investimentos do gigante asiático foi a reabilitação do Porto do Namibe, que começou em 2007, com uma doação de USD 40 milhões.
A par desses investimentos, o Japão voltou a mostrar o seu interesse no Porto do Namibe, ao anunciar, recentemente, que vai investir USD 600 milhões no projecto integrado de construção das infra-estruturas portuárias da Baía do Namibe.
No domínio da indústria têxtil, o Japão, com financiamento do JBIC, reabilitou, através da Marubeni, as três principais unidades têxteis do país: SATEC (Cuanza Norte), Alassola (Benguela) e Textang II (Luanda), no valor global de USD mil milhões.