O casamento precoce acarreta sequelas psicológicas, mas também físicas
Os números do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) não são animadores e põem a nu uma realidade cruel a que muitas meninas estão sujeitas diariamente.
De acordo com as estimativas da Unicef, noticiadas esta quarta-feira pelo jornal alemão Deutsche Welle, todos os anos são 15 milhões as meninas que são obrigadas a casar um pouco por todo o mundo – o que equivale a cerca de 20 mil por dia. Os mesmos dados revelam que algumas destas menores casam assim que completam o 10º aniversário e, muitas vezes, com homens substancialmente mais velhos.
Estes casamentos precoces têm consequências devastadoras para estas meninas. Por um lado trata-se de uma violência psicológica obrigar uma criança a casar e, especialmente, com um homem 30, 40 ou até 50 anos mais velho. Por outro lado, o casamento precoce origina gravidezes que, muitas vezes, terminam com a morte destas mães que acabaram de sair da infância e, por isso, ainda não têm os órgãos reprodutivos perfeitamente desenvolvidos a ponto de suportar uma gestação.
A organização Save the Children garante mesmo que existe uma ligação direta entre o casamento, a gravidez precoce e a mortalidade infantil.
Pese embora a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança tenha definido os 18 anos como idade mínima para casar, desde 2015 que o número de casamentos ilegais envolvendo meninas menores de idade tem aumentado, uma tendência que, refere o Deutsche Welle, deverá aumentar.
Os países que continuam sem adotar a referida convenção situam-se, essencialmente no Médio Oriente, no norte de África, no sul da Ásia, na África ocidental e na África central. (Notícias ao Minuto)
por Patrícia Martins Carvalho