Socialistas que votaram nas últimas eleições para as federações representam agora 12% do universo eleitoral previsto para as primárias
Só Lisboa, Porto, Braga, Setúbal e Coimbra têm mais simpatizantes (99 961) do que o PS tem militantes (93 112). E os números de inscritos para as primárias ainda não são definitivos, com a Comissão Eleitoral a fechar contas apenas na próxima semana. Por agora, o universo eleitoral previsto para as eleições do próximo fim-de-semana é de quase 250 mil pessoas (militantes e simpatizantes).
Os simpatizantes representam já 62% das pessoas com capacidade eleitoral nas primárias, o que lança maior incerteza quanto ao resultado. Recentemente, as federações distritais socialistas foram a votos, mobilizando cerca de 30 mil militantes do partido. Ou seja, apenas 12% do total que se prepara para ir às urnas socialistas no dia 28, para escolher o candidato do partido a primeiro-ministro.
Ainda assim, e exclusivamente no que a militantes diz respeito, nos sete distritos onde se inscreveram mais simpatizantes, a maioria (quatro) é dominada por António Costa: Lisboa (que junta a Federação da Área Urbana de Lisboa e a Federação Regional do Oeste), Braga, Setúbal e Aveiro. Seguro tem do seu lado Porto, Coimbra e Viseu. Distritos que, até agora, representam 34% do total provisório de simpatizantes.
Os dados disponibilizados ao i pela Comissão Eleitoral das primárias ainda não são definitivos porque só agora foi entregue a segunda versão dos cadernos eleitorais, limpos das irregularidades detectadas durante o período de reclamações. Ainda assim apontam para um total de 151 330 simpatizantes, 112 390 dos quais se concentram nos sete maiores distritos. Lisboa e Porto juntos representam 49% das pessoas que se inscreveram para votarem nas primárias do PS. Braga tem 7% dos inscritos, Setúbal 6%, Coimbra 5% e Aveiro e Viseu, 4% cada.
Trancas à porta Ainda que o peso dos simpatizantes seja decisivo para os resultados do próximo fim-de-semana, a contagem de espingardas no país dos militantes continua a ferro e fogo. As eleições para as federações distritais do partido, há duas semanas, colocaram Costa à frente, com 10 distritais, contra nove de Seguro. Mas em Leiria, José Miguel Medeiros, o candidato a presidente apoiante de António Costa, foi eleito com uma vantagem mínima de 7 votos. A Comissão Organizadora do Congresso mandou repetir as eleições nas concelhias de Óbidos, Alcobaça e Pombal.
Nesta última, a resistência foi total. A falta de condições de segurança impediu que as eleições se realizassem. Contactada pelo i, Glaucia Martins, que foi nomeada para presidir à mesa nesta repetição do acto eleitoral, explicou que as portas da concelhia estavam fechadas, pelo que foi impossível instalar as mesas para a votação. De acordo com a mesma fonte, foi o próprio presidente a avisar “que não dava garantias de segurança”. A repetição das eleições nesta concelhia deveu-se à denúncia de que um militante ausente constaria nos cadernos eleitorais como votante. (ionline.pt)
por Rita Tavares