A diplomacia angolana é um instrumento de luta pela paz, igualdade e desenvolvimento económico e social dos povos, contra a injustiça e ingerência nos assuntos internos de outros Estados soberanos, declarou ontem, em Luanda, o secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto.
Ao discursar na abertura da palestra subordinada ao tema “A repercussão das negociações de Nova Iorque e o desenvolvimento da África Austral”, alusiva ao Dia do Diplomata, assinalado segunda-feira, o secretário de Estado citou iniciativas da diplomacia angolana no processo de transformações politicais ocorridas na África Austral, que culminaram com a independência da Namíbia e o fim do regime de apartheid na África do Sul.
O papel de Angola na solução de conflitos e promoção de um ambiente de paz e estabilidade em África, como o caso da região dos Grandes Lagos, também foi posto em destaque. O diplomata Manuel Augusto abordou as questões diplomáticas que estiveram na base da definição do futuro politico da África Austral, como o processo de negociações entre Angola, Cuba, África do Sul e a SWAPO que culminou com a assinatura dos acordos de Nova Iorque, em 1989, e com a independência da Namíbia.
O secretário de Estado referiu que a política externa angolana continua a desempenhar um papel fundamental na arena internacional e no continente africano em particular. Manuel Augusto sublinhou que a diplomacia angolana sempre foi um factor de paz e de liberdade, como expressão da defesa dos interesses estratégicos nacionais, preservação da soberania e o reforço da unidade dos angolanos.
O deputado António dos Santos França “ Ndalu” falou sobre o papel de Angola nas negociações de Nova Iorque e o desenvolvimento da África Austral. Considerou fundamental a divulgação da História de Angola às novas gerações.
O parlamentar manifestou preocupação com o que considerou “desconhecimento no que toca à narração da nossa História por pessoas alheias” e que muitas vezes escrevem segundo as suas opiniões fugindo da realidade.
“Queríamos que a Namíbia se tornasse independente para que as tropas sul-africanas saíssem da nossa fronteira e que o apartheid terminasse, tendo em conta as agressões que sofríamos, e para que o ANC voltasse para o seu país e tomasse o seu lugar como representante da maioria negra da África do Sul”, sublinhou França Ndalu.
A palestra teve ainda como prelector o deputado Fernando França Van-Dunem, que destacou também o papel de Angola nas negociações que levaram à independência da Namíbia e ao fim do regime do apartheid na África do Sul.
FONTE: JA