Salgado diz que não é verdade que o BESA tenha sido utilizado para retirar problemas de cima do GES e do BES.
“Peço que acreditem: a minha convicção profunda é que, de forma alguma, houve recursos do BESA que tenham vindo para financiar o Grupo Espírito Santo”. A convicção é de Ricardo Salgado. “Não acredito nisso, não é verdade”, garantiu, respondendo a uma pergunta nesse sentido do deputado socialista Pedro Nuno Santos.
Ricardo Salgado afirmou que o BES Angola, onde o BES detinha 55,7% do capital, tinha relações com a empresa do GES, a Escom, e, do que sabe, “a Escom reembolsou o BESA”. Mais que isso, não. “Não há fundos que tenham vindo para o grupo.
A auditoria forense pedida pelo Banco de Portugal detectou irregularidades nos créditos cedidos do BES para o BESA e da conta que este banco angolano tinha no banco português, que acabou por ser utilizada para financiar “offshores” que são atribuídas a Salgado, Morais Pires e Álvaro Sobrinho.
Sobre a Escom, Salgado não respondeu à pergunta de Pedro Nuno Santos, que queria saber quem eram os donos da Vaningo, sociedade angolana que comprou a Legacy (sociedade com activos problemáticos da Escom). “Não lhe posso responder”. A operação suscita dúvidas porque, apesar da venda da Legacy à Vaningo, o Grupo Espírito Santo continuou a pagar os juros de uma dívida que a sociedade tinha ao BES – e que passou para o BESA, passando a estar protegido pela garantia angolana”.
Há deputados que suspeitam que a Vaningo poderia ser do próprio GES e que ela tenha sido vendida apenas para que passasse a estar protegida pela garantia angolana. “A empresa não era nossa. Não tenha dúvida alguma que a Vaningo não era do grupo”. Porque pagou os juros? “Fizemos muita coisa para ajudar o banco”. Salgado defende que o GES pagou os juros para garantir que o BES recebia a remuneração do crédito que havia dado à Legacy. (jornaldenegocios.pt)