Trezentos e 10 professores da província do Huambo, dos 904 sem salário desde Abril, receberam, hoje, cesta básica, oferecida pelo sindicato dos trabalhadores da educação, cultura, desporto e comunicação social.
A cesta básica é composta por uma caixa de frango, uma de massa alimentícia, três litros de óleo, 10 quilogramas de arroz, dois de açúcar e duas barras de sabão, sendo que o gesto estender-se-á aos restantes professores também com salários suspensos.
Na ocasião, o presidente do sindicato, Adriano dos Santos, disse que este gesto solidário é uma nova forma de fazer sindicalismo, augurando que a situação dos professores sem salário seja ultrapassada em breve.
A professora Noémia Sanimbo, há 21 anos na profissão, mãe de cinco filhos, afirmou que esta doação representa um gesto de amor, ao admitir que a cesta básica vai permitir suprir a carência alimentar na sua casa, devido a suspensão dos seus salários.
Também satisfeito, o professor Baltazar de Jesus, com 22 anos de carreira, pai de seis filhos, disse que não tem sido fácil sustentar a sua família, apelando, por isso, maior celeridade na reposição dos salários.
Há 16 anos como professora, Elsa Bimbi, mãe de 5 filhos, enalteceu o gesto do sindicato, porém diz que não vai satisfazer todas as preocupações, entre as quais o pagamento das propinas na dos três filhos.
Em Abril tinha sido suspensos, pelo ministério das Finanças, os salários de 2080 professores, por alegadas irregularidades na documentação que comprova a efectividade dos mesmos. Deste número, 1.176 já foram reinseridos no sistema de gestão financeira. (Angop)