A agricultura mecanizada deve constituir a principal aposta do Governo, tendo em conta a necessidade de aumento da produção nacional e acelerar a diversificação da economia.
A recomendação foi feita hoje, terça-feira, na cidade do Huambo, pelo engenheiro agrónomo Fernando Pacheco, durante o curso de especialização sobre Agro-Indústria e Controlo de Qualidade, organizado pela a Faculdade de Ciências Agrárias, da Universidade José Eduardo dos Santos.
Segundo o especialista, também membro do Conselho da Republica, o país não conseguirá diversificar a sua economia se insistir no actual modelo, em que maior parte da actividade agrícola ainda é tradicional.
Referiu que Angola possui cinco milhões de hectares de terras agricultáveis, mas, infelizmente, apenas 100 mil são cultivados com recurso a tractores e pouco menos de um milhão ou mesmo 500 mil são cultivados na base de tracção animal, enquanto a maior parte é utilizado para agricultura manual.
Fernando Pacheco, fundador da Associação de Desenvolvimento Rural (ADRA), lamentou, ainda, o facto da agricultura manual ser desenvolvida, na sua maioria, por mulheres, apelando, deste modo, as autoridades para uma maior intervenção, apostando em novas tecnologias, para que se tenha uma produção de qualidade e em quantidade, com base na definição de políticas mais correctas.
“Queremos desenvolver um tipo de agricultura que não tem nada a ver com a realidade angolana, pois que a maioria dos agricultores têm o nível de conhecimento tecnológico deixado pelos ancestrais que, embora deve ser respeitado e tido em consideração, não permite o nível de produtividade que se pretende”, enfatizou.
O curso de especialização está dividido em oito módulos e termina no próximo dia 28, sendo que os participantes vão aprender sobre estratégia de desenvolvimento sustentável no sector agro-industrial, cadeia alimentar, controlo de qualidade e fiscalização dos alimentos e a industrialização dos alimentos. (Angop)