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    «Professores do MED produzem pouco»

    Algumas escolas comparticipadas na capital do país que recebem professores admitidos pelo Ministério da Educação reclamam do excesso de professores que lhes têm sido enviados, argumentando que eles denotam falta de produtividade, soube o Semanário Angolense.

    O descontentamento é manifestado por directores de algumas das escolas que, anualmente, têm sido contemplados com «muitos professores» procedentes da direcção provincial da Educação de Luanda. Directores contactados por este jornal disseram que o ministério debate-se, agora, com sérios problemas de enquadramento de docentes que foram admitidos em anos anteriores.

    Tal facto deve-se ao número insuficiente de escolas, razão por que, os professores são, temporariamente, enquadrados nas escolas comparticipadas, que, por convénio com as repartições municipais da Educação, gozam de algumas prerrogativas no MED, como a recepção de material didáctico, carteiras e outros componentes.

    O enquadramento de professores por conta dessas instituições não é de carácter obrigatório, dependendo da boa vontade daqueles estabelecimentos de ensino. Mas, nos últimos dias, o
    que se tem verificado é uma certa imposição por parte do Ministério da Educação a tais escolas.

    Segundo os directores, de há uns tempos, os professores idos das repartições municipais não têm estado a corresponder às expectativas, dada a natureza das suas instituições. As escolas comparticipadas, apesar de receberem professores admitidos pelo Ministério da Educação, não deixam de ser privadas, estando as suas atenções sempre viradas aos alunos como fonte de receitas.

    Algumas escolas que no ano lectivo passado procuraram trabalhar a 50% com professores idos das repartições municipais, chegaram a perder clientes, devido a um elevado número de faltas por parte dos docentes. A solução encontrada para esses casos foi a sua devolução, deixando somente alguns que se destacaram.

    Eles culpam o Ministério da Educação, que todos os anos tem estado a admitir professores se m que se criem primeiramente condições apropriadas, como a construção de mais escolas, principalmente agora, que está em curso a implementação da reforma educativa no país.

    «As escolas que nos anos anteriores receberam professores do Estado tiveram muitos problemas com estes, dadas as atitudes que muitos docentes do MED tiveram. Normalmente, eles trabalham quando bem entendem e isso cria um descompasso e grande desentendimento na direcção da escola e os encarregados de educação», desabafou Roberto Carlos, director de uma escola no distrito urbano da Maianga. Acrescentou que os encarregados têm sido muito rigorosos no que diz respeito à qualidade de ensino, sobretudo no quadro docente das instituições e que falta alguma responsabilidade da parte do ministério.

    António Pacavira, director do colégio Cícero, recebeu no ano lectivo passado, vários professores da repartição municipal da Educação da Samba, que, segundo apontou, desapontaram totalmente, pois tiveram um saldo completamente negativo.

    «Este ano, não pretendo receber mais professores, por mais favores que me peçam. Digo isto devido ao excesso de reclamações que recebemos no ano passado. No presente ano lectivo, vamos fazer o melhor para agradarmos aos nossos clientes», anunciou o director.

    Até ao fecho da presente edição, o Semanário Angolense procurou entrar em conexão via telefónica, com o director provincial da Educação, André Soma, o que não foi possível, porque ele não atendeu às chamadas e em alguns momentos desligou o aparelho.

    Fonte: Semanário Angolense

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