O futuro do BES Angola (BESA) já está a ser desenhado. A instituição liderada por Álvaro Sobrinho aguarda a conclusão do plano estratégico, a ser elaborado em parceria com a consultora McKinsey, para arrancar com uma nova etapa de expansão.
O plano estratégico tem como horizonte temporal os próximos cincos anos e deverá pressupor um reforço de capital no banco angolano, como já admitiu Ricardo Salgado, presidente do BES.
O programa em preparação vai incidir sobre um “processo de expansão que tem em conta o risco, a rentabilidade e a operacionalidade”, adaptando-se às exigências e aos condicionalismos que o crescimento da economia angolana terá no futuro, tal como revelou recentemente o BESA num comunicado ao Jornal de Angola.
A consultora Mckinsey tem como missão apoiar o BESA em projectos de optimização, estabilidade e eficiência perante as actuais exigências do mercado financeiro angolano, nomeadamente nos segmentos de mercado de capitais, apoio a particulares e PME.
O BESA deu, recorde-se, um contributo significativo para as contas consolidadas do BES no primeiro semestre, ao lucrar 49 milhões de euros. “O produto bancário situou-se em 184M€ (+16%), para o que contribuiu o forte crescimento dos serviços a clientes que evoluíram para 93M€ como resultado de comissões de advisory e de estruturação de operações contratadas no mercado da energia”, lê-se na apresentação de contas.
Em contrapartida, os custos operativos apresentam um crescimento de 31%, o que reflecte o aumento da actividade.
Angola é a jóia da coroa do BES e, a par com o Brasil e Espanha, compõe o triângulo estratégico da estratégia internacional. Estes mercados são representativos de 81% do total internacional.
Álvaro Sobrinho referiu, recentemente, que o banco está “a assumir-se como um sólido parceiro do Estado angolano, dos cidadãos, empresas nacionais e internacionais e das instituições que se ocupam da promoção da sustentabilidade”.
ESFG O Espírito Santo Financial Group (ESFG), holding dona do BES, anunciou ontem que mais do que quintuplicou os resultados líquidos para 233 milhões de euros no primeiro semestre, impulsionado pela aquisição e consolidação de 50% da seguradora BES Vida. No mesmo semestre do ano anterior, o lucro da cotada do PSI 20 tinha registado um lucro de 45,4 milhões.
“Os resultados positivos das operações bancárias e de seguros foram significativamente beneficiados pelo impacto da consolidação dos 50% da seguradora BES Vida que não eram detidos pela holding da família Espírito Santo e que foram adquiridos ao Grupo Crédito Agrícola”, explicou o ESFG em comunicado à CMVM. “O ganho da BES Vida para o período foi de 208 milhões de euros.”
O ESFG salienta que, apesar de positivos, os resultados das “operações nucleares” do grupo – banca e seguros – foram “amplamente penalizados pela crise orçamental na zona euro e pelo impacto do programa de ajustamento financeiro adoptado em Portugal”.
FONTE: IONLINE