Num movimento sem precedentes, os pastores angolanos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) anunciaram uma cisão com os pastores da liderança brasileira da igreja.
A Igreja Universal do Reino de Deus em Angola repudiou o que descreveu serem “ataques xenófobos” por alegados antigos pastores da instituição, que esta segunda-feira invadiram dezenas de templos.
Num comunicado divulgado na página do facebook, a IURD sublinha que é oficialmente reconhecida em Angola desde 17 de Julho de 1992 e acusa os antigos pastores de “prática de condutas morais e, em alguns casos criminosas, contrárias aos princípios cristão exigindo de um ministro de culto”.
Esta segunda-feira, 22 de Junho, um grupo de pastores tomou a direcção de todos os templos do país, afastando a liderança brasileira com a qual recusam “qualquer tipo de negociação”.
Os pastores angolanos não se reverem com a gestão brasileira, que acusam de desviar recursos para o exterior, discriminar funcionários locais e de promover a esterilização de sacerdotes africanos, conta o pastor angolano Silva Matias.
O pastor angolano desmente “as informações avançadas pela liderança brasileira, o senhor Honorilton Gonçalves, que alega que somos ex-pastores. Nós não somos ex-pastores porque a igreja foi tomada a nível nacional, de Cabinda ao Cunene, as 18 províncias foram tomadas porque os pastores já não se revêem na gestão brasileira”.
Silva Matias aponta “muitos crimes e irregularidades” cometidos pela liderança brasileira da IRUD em Angola. “Um dos principais crimes é o racismo. Sabemos que (Honorilton Gonçalves) é um homem branco e trata os negros com desdém. Esse racismo vem do bispo Macedo, que numa reunião fechada nos disse que nós, os pretos, temos a nossa aparência porque os nossos ancestrais tinham contactos com macacos. Isto é uma aberração e uma autêntica falta de respeito, vindo de um líder e fundador da igreja”, descreveu.