Terça-feira, Maio 28, 2024
15.3 C
Lisboa
More

    Oposição angolana acusa MPLA de tentar “branquear a sua imagem”

    O debate parlamentar promovido pelo MPLA na semana passada sobre o combate à impunidade como factor primordial à boa governação está a ser entendido por analistas como mais uma tentava de branquear a imagem do partido no poder.

    A oposição diz que o combate à corrupção não será possível com o MPLA no poder.

    O reverendo Elias Isaac entende que com esta atitude “o MPLA está à procura do que chamou de uma “auto-amnistia” perante os erros de governação que cometeu ao longo dos anos.

    “O MPLA traiu os próprios objectivos da sua luta”, afirma aquele analista que defende a refundação desse partido histórico de Angola.

    Por sua vez, o jornalista Ilídio Manuel acusa o MPLA de “não estar a ser suficientemente honesto” e de possuir “um discurso duplo”.

    Mea culpa

    O MPLA reconheceu, num relatório apresentado aos deputados à Assembleia Nacional, que “a corrupção no país estava instalada nos órgãos da administração central do Estado, no aparelho judicial, governos provinciais, administrações locais e órgãos de defesa e segurança, tendo, ao longo do tempo, criado ramificações e estrutura própria, com hierarquia e voz de comando”.

    O relatório ressalva, no entanto, que em 2019, foram registadas “melhorias consideráveis” em termos de combate a estes fenómenos, socorrendo-se dos recentes dados elaborados pela organização não governamental Transparência Internacional e dos relatos da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal e do Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR).

    A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, reforçou, na ocasião, que “o combate à corrupção e impunidade é hoje uma realidade insofismável”, tendo destacado o apoio das instituições financeiras e de protecção dos direitos humanos no combate àqueles fenómenos.

    Entretanto, o antigo secretário-geral do MPLA, Álvaro Boavida Neto, assumiu que grande parte de membros do partido cometeu erros que prejudicaram os cidadãos angolanos durante os anos, especialmente em matéria de corrupção e impunidade.

    “Todos nós fizemos mal aos nossos cidadãos. Doravante precisamos de difundir a misericórdia”, disse Boavida Neto.

    Na visão daquele dirigente do MPLA “em todas as sociedades há santos e pecadores, mas os santos foram sempre uma espécie rara” e manifestou a esperança de que o passado não se repita.

    O também deputado afirmou que quem cometeu os erros tem que estar preparado “porque a qualquer altura pode ser chamado para responder na justiça”.

    A oposição parlamentar foi, entretanto, unânime em defender que o combate à corrupção e a impunidade não será possível em Angola, enquanto continuar no poder o mesmo partido e as mesmas pessoas que promoveram tais práticas.

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Palestinianos acusam Israel de “massacre” em ataques a deslocados em Rafah

    De acordo com as autoridades do Hamas, pelo menos 45 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no bombardeamento israelita...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema