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    O Mundo que Habitamos II

    O silêncio da noite como o silêncio dos lugares silenciosos permite-nos Reflectir, Pensar, Meditar, Agir, Contemplar ou Escrever sobre o Estado do Mundo que Habitamos.

    A História tem dado à Humanidade todos os elementos para que o Mundo que Habitamos fosse diferente nos termos como hoje o constatamos. Num Pensamento mais que singular, o Arcebispo Desmond Tutu e Prémio Nobel da Paz, disse de modo sábio o seguinte:” Nós estamos todos conectados. O que nos une é a nossa Humanidade em comum.”, referiu o Arcebispo Desmond Tutu.

    Perante esta sábia visão, o que falta fazer para alterar esta tela pintada dos mais graves contrastes que caracteriza o Mundo que Habitamos?

    As respostas a esta pergunta para o leitor e para mim próprio são variadas sobretudo porque não me é indiferente o que se está a passar perante o Olhar de decisores políticos e não só.

    Desmond Tutu e citando o seu Pensamento e que cito diz e bem que estamos todos conectados. E estamos. Estamos conectados pelos diferentes géneros linguísticos e pela defesa da Paz e dos Direitos Humanos e na lógica de Pensar Local, Agir Global, estamos também ligados pelas mesmas inquietações face à Fome no Mundo e à deplorável indiferença perante quem sofre.

    Verifica-se cada vez mais Discriminação face a quem Pensa diferente e ousa desconstruir o status quo. E depois aparentes “virtudes” públicas são manchadas por actuações nada dignificantes face à Condição Humana em concreta. Viu-se ontem a forma como 92 cidadãos imigrantes foram tratados pela Grécia e a Turquia. Os discursos de certos “líderes” mundiais têm variantes diversas e em função dos seus interesses geoestratégicos e outros, mudam o teor da narrativa discursiva face a problemas concretos e reais como por exemplo o Desperdício Alimentar Mundial.

    Um dos factos a questionar são as estatísticas face às realidades. No passado dia 29 de Setembro do corrente por ocasião de assinalar-se o Dia Internacional da Consciencialização sobre Perda e Desperdício de Alimentos , as Nações Unidas referiu em Relatório divulgado para a Opinião Pública Mundial que catorze por cento do que é produzido no mundo perdem-se entre a colheita , as prateleiras de supermercados e armazéns. Pergunto: como é que os Governos e Estados membros da ONU não agem perante esta triste realidade? O que é que falta? Ou o que é está em causa perante estes factos? O que verifico é a mais vil insensibilidade perante quem sofre. Os desafios globais são imensos e o que parecia ser uma evolução da Humanidade há 20 anos, confrontamos-mos com cenários que nos deixam perplexos perante tanto Desperdício Alimentar como negligente Desperdício Financeiro. Teoriza-se, fazer-se Reuniões diversas do G20, do G7, organiza-se a Cimeira de Davos e outras onde gastam-se milhões e nada se altera na paisagem.

    É evidente que felizmente existem exemplos de Dignidade em muitas decisões mundiais, mas o que verificamos a cada dia é que os índices de Corrupção aumentam à luz do dia com a maior impunidade. Muitas das decisões judiciais em escândalos financeiros internacionais demoram anos a Ser decididos e de repente estranhamente é que o caso X ou Y foi arquivado ou prescreveu.

    Mas se a factualidade do Desperdício Alimentar é uma fatalidade do Século XXI, o fenómeno da Imigração mundial é outro caos que fragiliza quem tem de servir de mão de obra barata para as redes organizadas de tráfico humano. Um dos casos mais evidentes são por exemplo o caso de cerca de três mil Seres Humanos timorenses trabalharem de forma escrava em Quintas em Portugal e em regiões conhecidas do Poder político português.

    O que se tem feito considerando que a República de Timor-Leste é Estado Membro da CPLP e da ONU? Nada. E o estranho é que face a este caso e quando questionado sobre esta verdade que decorre em Portugal, o senhor Presidente da República de Portugal, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa respondeu em visita oficial a Timor-Leste que e cito que ” a Língua Portuguesa era o Passaporte para o Mundo”. Estranha resposta de um Chefe de Estado da União Europeia onde se diz defender os Direitos Humanos. Há de facto na Europa e no Mundo Organizações de Direitos Humanos ultra eficientes e dignas, mas depois a constatação de outros factos como a recorrente Violação de Direitos Humanos em todo o Mundo deixá-los expectantes perante os diferentes Poderes Públicos Mundiais.

    É mais que Tempo de nascerem Novos Tempos. Mas os Novos Tempos não podem continuar a ser a Indiferença, a Info-exclusão, a Xenofobia e a Insensibilidade de ver como o livro do Estado do Mundo que Habitamos está, não é o mais adequado para estar numa Biblioteca ou numa estante de casa.

    O caminho a fazer é da Consciência da Humanização imperativa das Sociedades em termos Globais. Lembrando de novo o histórico Arcebispo Desmond Tutu e a terminar esta viagem de Reflexão pelo Mundo que Habitamos, o mesmo disse várias vezes que ” eu gostava de me calar, mas eu não posso e eu não vou calar-me” porque e como deixou bem vincado em diferentes Conferências Internacionais, alertou que ” nós estamos lidando com pessoas que estão morrendo. Precisamos de parar para discutir e começar a salvar vidas”, disse o Prémio Nobel da Paz. De facto, é preciso e emergente parar um pouco para repensar as Políticas Públicas Mundiais e perceber os sinais das estradas e ruas do Mundo.

    Gabriel Baguet Jr

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