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    “O 11 de Novembro é uma conquista de todos os angolanos” – Justino Pinto de Andrade

    O político Justino Pinto de Andrade considera que o 11 de Novembro é uma conquista de todos os angolanos que, admitindo sacrifícios de vária ordem, estiveram engajados no seu alcance.

    “O 11 de Novembro é uma conquista de todos os angolanos, pelo menos dos angolanos que estiveram engajados na sua conquista, consentindo sacrifícios de vária ordem. Pessoalmente, convivi com muitos, por exemplo, nas cadeias. E nem todos eram do MPLA”, sublinhou, em resposta a um questionário enviado pelo Jornal de Angola.

    O também deputado do grupo parlamentar da CASA-CE disse que na altura da proclamação da Independência, manifestou alegria por ver um dos grandes objectivos alcançado, mas também, por outro lado, frustração pelo modo como ela estava a ser proclamada: “sobre o sangue de angolanos, muitos deles inocentes”.

    Sobre o que gostaria de ouvir do Presidente da República, caso fizesse um discurso sobre a data, Justino Pinto de Andrade disse que não era adepto deste tipo de questionamento. “A mim não compete dizer o que o Presidente deve ou não dizer. Estou mais interessado naquilo que ele faz ou pretende fazer, uma vez que nem sempre o que se diz corresponde ao que se faz. Além de que – que eu me lembre – não era habitual o anterior Presidente fazer discursos por esta altura”.

    O político acrescentou que “se o actual (Presidente da República) fizer um discurso, então, compete a ele dizer o que ele achar conveniente comunicar e a mim avaliar se o que diz terá correspondência com que o que irá fazer. Prefiro caminhar por este pragmatismo do que entrar no terreno da adivinhação…”.

    Sobre questões que deviam ser esclarecidas por ocasião das celebrações do 43º aniversário da Independência, o político respondeu: “Por exemplo, porquê que se mentiu tanto durante tão poucos anos – afinal, 43 anos não são uma eternidade…? Porquê que se prometeu tanta coisa e se cumpriu tão pouco”?.

    O deputado da CASA-CE questionou o facto de a Independência não se tornar um beneficio para todos. “Porquê que a Independência não se tornou um benefício para todos, ou pelo menos, para a grande maioria? Porquê que se causou tanto sofrimento ao povo angolano, tendo depois os benefícios redundado a favor de um grupo restrito de indivíduos umbilicalmente ligados ao MPLA? Com que intenção se governou o país como se fosse uma coutada privada?”
    O deputado espera que os dirigentes do país tenham percebido que a História “não deve ser escrita a lápis.

    Porque o tempo cumpre cabalmente o seu papel, o papel de apagar as mentiras e falsidades”.
    Questionado sobre onde estava e como viveu o 11 de Novembro de 1975, Justino Pinto de Andrade respondeu: “Estava em Luanda, com a consciência de que, para mim, se aproximava outra prisão, uma prisão completamente injusta, sem sentido, pois o meu problema não era com a nova República, mas, sim, com o Movimento ao qual eu pertencia e pelo qual tinha contribuído para a Independência. Foi isso o que sucedeu. Acertei na previsão. Quase que virei adivinho…”, concluiu. (Jornal de Angola)

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