O Parlamento nigerino deverá decidir na segunda-feira (9 de Fevereiro) o envio de tropas do seu país para a Nigéria para combater a expensão militar de Boko Haram que ameaça os Camarões, Níger e o Tchad, e abrir uma segunda frente da guerra regional contra os islamistas nigerianos, escreve Boureima Hama para AFP.
Esse anúncio surge quando o exército tchadiano ter lançado terça-feira uma grande ofensiva terrestre na Nigéria à partir dos Camarõesvizinho, recuperando dos islamistas após duros combates na localidade nigeriana fronteiriça de Gamboru.
Quarta-feira, o Boko Haram levou a cabo um contra-ataque mortífero em Fotokol, localidade camaronesa fronteiriça, na qual morreram 13 militares tchadianos, seis soldados camaroneses e 81 civis, anunciou, Yaoundé (governo camaronês) quinta-feira.
No entanto, no Níger, o Parlamento vai reunir-se segunda feira a pedido do Presidente da República, Mahamadou Issoufou, para autorizar o envio de tropas para esse país vizinho (Nigéria) , disse o gabinete do Parlamento, sem fornecer promenores sobre a amplitude deste dispositivo, nem a data do seu desdobramento.
“O Níger vai efectivamente enviar tropas para a Nigéria no quadro da luta contra o Boko Haram. A Assembleia Nacional vai reunir-se em princípio segunda-feira para aprovar uma resolução neste sentido”, confirmou uma fonte governamental.
A maioria dos deputados é favorável ao chefe de Estado Mahamadou Issoufou, essa resolução poderá passar sem dificuldades. Contactada pela AFP, um parlamentar da oposição disse que “não está a priori contra o envio” de tropas para a Nigéria.
Mês após mês, o exército nigeriano não cessa de recuar face aos islamistas.
A guerra contra o Boko Haram, que tomou o controlo de vastos territórios do nordeste da Nigéria e ameaça os países vizinhos, transformou-se numa crise de amplitude regional.
Assim, o Níger deverá juntar-se aos Camarões, engajados militarmente há vários meses seu Extreme norte, e o Tchad, mobilizada há duas semanas contra os islamistas, e que dispõe de um exército aguerrido que já tinha combatido os grupos jihadistas no Mali.
Dezenas de peritos africanos e ocidentais participam a partir desta quinta-feira em Yaoundé num encontro “crucial” para o desdobramento de uma força africana de 7.500 soldados
Trata-se nomeadamente de finalizar as “estratégias de combates contra a seita Boko Haram (…) e elaborar a operacionalização da força multilateral”, sublinhou o ministro camaronês da Defesa, Edgar Alain Mebe Ngo’o.
Desde Paris, o presidente François Hollande disse que a França apoia “de forma logística e operacional” pelo envio de combustíveis e munições às tropas envolvidas contra o Boko Haram, apelando a comunidade internacional à “fazer (seu) trabalho”, passando à “acção”. (portalangop.co.ao)