Segunda-feira, Maio 6, 2024
14.3 C
Lisboa
More

    Myanmar: “Vai ser o regresso da ditadura militar”

    Seis anos depois de ter dado um passo no caminho rumo à democracia, o golpe militar, desta segunda-feira, em Myanmar, adia o sonho de um país que se achava livre. Centenas de deputados, incluindo a líder birmanesa Aung San Suu Kyi, estão actualmente em prisão domiciliária.

    As detenções e o golpe militar ocorreram no dia em que o Parlamento eleito nas legislativas, que deram maioria absoluta à Liga Nacional para a Democracia, se preparava para iniciar a primeira sessão.

    Os militares justificam que as eleições legislativas de Novembro do ano passado foram marcadas por enormes irregularidades. Algo que é negado pela Comissão Eleitoral e que o Supremo Tribunal está a averiguar.

    Entretanto foi decretado estado de emergência, nomeados novos ministros, as comunicações e a Internet foram cortadas, fecharam fronteiras e encerraram o espaço aéreo.

    À frente do golpe militar na Birmânia está Min Aung Hlaing, um general que assumiu o comando do Exército em 2011 e desde então tem ascendido na política birmanesa. Em 2019, foi alvo de sanções por parte dos Estados Unidos devido à perseguição aos muçulmanos rohingyas, dois anos depois chega ao poder num acto de vigança contra a senhora de Rangoon, escreve a imprensa francesa.

    José Manuel Anes, especialista em Terrorismo e Segurança, admite que o golpe militar demonstra o receio dos militares em abrir mão do poder.

    “Temendo perder o poder, durante mais algum tempo, os militares resolveram fazer este golpe. É lamentável porque nós tínhamos alguma esperança e víamos com muita simpatia o caminho para a democracia que a antiga Birmana estava a atravessar, e isto agora é um retrocesso”.

    Aung San Suu Kyi apelou à população para não aceitar o golpe militar e a sair às ruas. José Manuel Anes reconhece a popularidade da líder birmanesa no interior do país, no entanto mostra-se céptico quanto ao êxito destas manifestações.

    “Não sei até que ponto é que manifestações de civis, face ao poder militar, terão algum êxito naquele país”.

    O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou com sanções e a União Europeia garantiu que vai ponderar todas as opções para garantir que a democracia prevaleça em Myanmar, abrindo a porta à adopção de sanções.

    O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje em emergência para analisar a situação em Myanmar. O especialista em Terrorismo e Segurança admite que “as sanções podem vir a exercer pressão sobre os militares”, no entanto lembra que nesta decisão a “China [que ja veio apelar à comunidade internacional para não complicar ainda mais a situação em Myanmar] terá sempre a última palavra”.

    Publicidade

    spot_img
    FonteRFI

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    00:00:36

    Mais de 1,6 milhões de pessoas assistiram ao concerto de Madonna no Rio de Janeiro

    O último concerto da Celebration Tour terminou com um recorde para a Rainha do Pop. Mais de 1,6 milhões...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema