Quinta-feira, Maio 9, 2024
18.8 C
Lisboa
More

    MP pede a condenação de todos os arguidos do “caso Augusto Tomás”

    O Ministério Público pediu hoje a condenação de todos os arguidos arrolados no processo do Conselho Nacional de Carregadores, em julgamento no Tribunal Supremo, em que está a ser julgado o ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás, e mais quatro ex-funcionários do CNC, acusados de desvio de avultadas somas de valores daquela empresa pública, afecta ao sector dos transportes.

    Nas alegações finais, os magistrados do Ministério Público defenderam ainda que a pena a aplicar ao antigo director adjunto para área de Finanças do Conselho Nacional de Carregadores, Eurico Alexandre Pereira da Silva, o último dos cincos réus a ser interrogado pelo TS, seja mais leve, por este ter colaborado, “de forma voluntária”, ajudando ao “apuramento dos factos”.

    O réu, avança o Novo Jornal Online, confessou em tribunal que os seus antigos superiores, Agostinho Itembo e Isabel Bragança, ambos responsáveis do CNC, à datas dos factos, o autorizaram a receber comissões de 15 por cento a empresas privadas e a fazer as distribuições desses pagamentos nas contas de outros réus, com a excepção do ex-ministro dos transportes.

    Eurico Alexandre Pereira da Silva começou por dizer ao Tribunal Supremo, no dia do seu interrogatório, que queria de forma voluntária “falar a verdade dos factos”.

    O réu começou por explicar que enquanto técnico superior de segunda no CNC, o então director-geral Agostinho Intembo, foragido da justiça, orientou-o a receber nas suas contas bancárias comissões provenientes das empresas Real Imobiliária e Afroeng.

    E que em 2017, contou o réu, recebeu um telefonema da ré Isabel Bragança a propor que ele contratasse outra vez a empresa Afroeng no sentido de receber uma comissão de 15 por cento.

    ” A doutora Isabel Bragança disse-me para receber o dinheiro nas minhas contas, como me estava a fazer confusão, eu neguei-me a receber o dinheiro e ela pediu-me para ver uma empresa que fizesse contrato com a Afroeng para poder receber os valores”, confessou.

    Eurico Alexandre Pereira da Silva explicou que foi a ré Isabel Bragança quem deu os números das contas bancárias para as quais ele podia transferir o dinheiro, sempre que as comissões eram pagas e tão logo o réu tivesse a informação de que o dinheiro “já caiu” pela ré Isabel Bragança.

    O réu, que se encontra em liberdade, contou ainda que era a ré Isabel Bragança quem determinava os valores que seriam depositados em cada conta bancária, através de recados escritos em bilhetinhos.

    Eurico Alexandre Pereira da Silva disse ainda que enquanto trabalhou com a ré Isabel Bragança, entre os anos de 2015 a 2017, beneficiou de 195 mil dólares.

    O “caso CNC” começou a ser julgado pelo Tribunal Supremo a 31 de Maio deste ano.

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Biden lança vasto projeto da Microsoft no mesmo local de promessa não cumprida por Trump

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou, nesta quarta-feira (8), um grande projeto de investimento da gigante tecnológica...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema