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    Morreu o carrasco Duch da pior prisão dos kmers vermelhos em Camboja

    Faleceu hoje no Camboja Duch, de seu nome, Kaing Guek Eav, aos 77 anos, um carrasco oriundo do movimento dos Kmers vermelhos. Tinha sido condenado à prisão perpétua em 2012 por um tribunal cambojano apadrinhado pela ONU.

    O carrasco metódico e militante do movimento ultra-maoista de Pol Pot no Camboja, Duch, morreu hoje com a idade de 77 anos é o único responsável do kmer vermelho que nunca assumiu a sua culpabilidade antes de pôr tudo em causa e reclamar a sua libertação.

    Uma estratégia que não funcionou junto dos juízes do Tribunal apadrinhado pela ONU, que o condenaram em 2012 à prisão perpétua.

    Duch, era o antigo chefe da terrível prisão de Tuol Sleng em Pnom Penh, onde 15.000 pessoas foram torturadas antes de serem executadas entre 1975 e 1979.

    O carrasco Duch ficará para a história como uma personalidade ambígua.

    Capaz de cooperar com a justiça e chorar perdidamente perante uma audiência de um tribunal de primeira instância antes de mudar de estratégia para acusar o tribunal de incompetência.

    A personalidade de Kaing Guek Eav, mais conhecido por Duch, nunca conseguiu unanimidade junto de qualquer extracto da sociedade.

    Quando o seu advogado francês, François Roux, descrevia a sinceridade de um homem interessado em tornar-se mais humano, surgiam sobreviventes que ele torturou para denunciar suas lágrimas de crocodilo.

    Durante um primeiro julgamento entre Março e Novembro de 2009, Duch, de pequena estatura e olhar penetrante reconheceu ter praticado actos de tortura e crueldade como método político num ambiente de execuções e terror na prisão de Tuol Sleng

    Morreu o carrasco kmer vermelho condenado à prisão perpétua em 2010 por crimes contra a humanidade e crimes de guerra

    “Sou responsável legalmente e emocionalmente”, afirmou então, no tribunal.

    Convertido ao cristianismo, nos anos de 1990, Duch, pediu perdão aos raros sobreviventes e familiares de vítimas aceitando ser condenado a “uma estrita pena” pelos seus crimes.

    Mas na última audiência do seu julgamento Duch desarmou todos os presentes no tribunal, ao argumentar que não passava de um funcionário de base e não um alto dirigente do regime pelo que o tribunal era incompetente para o julgar.

    Condenado a 30 anos de prisão por crimes contra a humanidade e crimes de guerra em 2010, recorreu da sua sentença, despediu o seu advogado francês escolhendo um outro, o cambojano Kar Savuth, para obter a sua libertação.

    Uma táctica que não funcionou porque a instância superior acabou por condená-lo à prisão perpétua.

    É pois esse carrasco, Duch, pronto a dar a sua vida pela revolução, meticuloso e consciente dos seus actos, segundo os psiquiatras, que acaba de morrer aos 77 anos de idade.

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    FonteRFI

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