A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, acusou hoje a polícia de deter o delegado político do partido no distrito de Angoche, norte de Moçambique, por “razões meramente políticas”, exigindo a sua libertação.
Em declarações à Lusa, o porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Fernando Mazanga, afirmou que a Força de Intervenção Rápida (FIR), polícia antimotim moçambicana, levou na segunda-feira o delegado da RENAMO em Angoche, província da Nampula, identificado apenas por Aínga, para o comando da polícia local, onde permanece até hoje.
“O que aconteceu é que o chefe do posto administrativo de Sangahoje, Adelino Wachapo, que dizem ser secretário da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, no poder), tentou impedir a realização de um comício da Renamo e foi empurrado. O comício aconteceu, mas depois apareceu a FIR no local onde a delegação da Renamo descansava e levou o nosso delegado”, disse Fernando Mazanga.
Para a Renamo, a atuação do chefe do posto administrativo de Sangahoje é uma intromissão na atividade dos partidos políticos e uma violação das normas de funcionamento do Estado.
“Ele, na qualidade de chefe de posto, deve estar ao serviço de todos e não agir em benefício deste ou daquele partido”, defendeu Fernando Mazanga.
O porta-voz do comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula confirmou a detenção, mas apontou razões “de foro criminal” e rejeitou motivações políticas para a intervenção policial.
Em declarações à Lusa, João Dina disse que o delegado político da Renamo “agrediu com alguma gravidade” o chefe de posto de Sangahoje.
FONTE: Lusa