A província de Manica, no centro de Moçambique, vai dispor de um laboratório de sanidade vegetal para investigar e erradicar o problema da mosca da fruta, atenuando os prejuízos dos agricultores da região, disse hoje fonte ligada ao projeto.
Eugénio Nhone, coordenador Nacional do Projeto de Desenvolvimento de Irrigação Sustentável (Proirri), que pretende potenciar a agricultura no país, disse que a construção e apetrechamento do laboratório pretende responder à dinâmica da produção, sobretudo de hortícolas e frutas na região.
“Nós vamos potenciar a agricultura, por isso a necessidade de implantar um laboratório de sanidade vegetal para apoiar o combate da mosca da fruta e não limitar a movimentação da produção por causa da praga”, disse à Eugénio Nhone, que prevê o arranque das obras até setembro.
O Ministério da Agricultura (MINAG) interditou, em 2010, a circulação da fruta de Manica para o sul do país, Zimbabué e Africa do Sul, seus principais mercados da região, devido a suspeitas da mosca da fruta, situação que levou à baixa produção da fruta e receitas na província.
Em Manica, as regiões de Dombe (Sussundenga), Macate (Gôndola) e Vanduzi (distrito de Manica) foram postas em quarentena e estão sob rigorosa vigilância das autoridades de sanidade vegetal do Ministério da Agricultura, embora as armadilhas não estejam a capturar a espécie que obrigou à interdição.
Grande quantidade de banana de Manica em camiões apodreceu no rio Save, que divide o centro e sul do país e, de seguida, o Zimbabué e África do Sul baniram a entrada da banana e manga de Manica devido à mosca, impedindo a circulação de numerosos camiões que levavam a fruta de Nampula (norte).
“O laboratório vai aliviar os produtores de fruta. Aliás, não faria sentido incrementar a produção sem mercado, por isso investimos na implantação do laboratório que vai servir para o corredor da Beira, que está a conhecer grande avalanche de projetos agrários”, afirmou Eugénio Nhone.
A interdição da exportação da fruta de Manica para o sul do Save, devido à mosca, deixou indignados e desesperados vários produtores de banana e manga, com toneladas de fruta a apodrecerem nas quintas por falta de mercado, chegando a acusar o governo de estar a “negligenciar” a celeridade no levantamento do embargo.
FONTE: Lusa