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    Moçambique: Liga dos Combatentes exumou 14 ossadas de militares mortos durante guerra colonial

    A Liga dos Combatentes de Portugal (LCP) exumou ossadas de 14 militares portugueses que tombaram durante a guerra colonial em Moçambique, visando a “conservação da memória”, disse hoje à Lusa o general Fernando Aguda, vice-presidente da associação.

    Uma equipa da LCP esteve durante duas semanas em Moçambique para identificar sepulturas que “estão em sítios isolados dos quartéis” das antigas unidades de comando militar português.

    “A ideia é dignificar” os ex-militares que morreram na Guerra de Ultramar, entre 1964-74, “para não estarem condenados ao desaparecimento”, disse à Lusa o general Fernando Aguda.

    Em colaboração com as autoridades moçambicanas, a LCP visitou alguns distritos da província de Niassa, no norte do país, onde foram desenterrados restos mortais de militares enterrados fora de cemitérios convencionais.

    No último ano, o governo português apoiou a construção de um ossário em Nampula, no norte de Moçambique, onde posteriormente serão depositados os esqueletos, que, entretanto, podem ser reclamados pelos familiares.

    Mas, “nenhum destes corpos se destinam a levar para Portugal”, pois a política do governo português estabelece que os restos mortais dos militares que tombaram durante a guerra colonial devem permanecer nos respetivos locais, disse o general Fernando Aguda.

    Segundo o responsável, estima-se que nas zonas centro e norte de Moçambique mais de 30 militares de um universo de 1.414 que morreram durante os 10 anos de luta colonial, tenham sido enterrados fora dos cemitérios convencionais.

    Os diferentes pelotões da altura faziam o registo de todos seus elementos que morriam e dos locais onde estes eram sepultados, pelo que 48 anos depois do início da guerra colonial é possível identificar as áreas onde estão as sepulturas.

    Nestes locais “há a pedra da campa, botas cujas borrachas não desaparecem, ou pequenas peças que faziam parte do fardamento, portanto, há imensos haveres que permitem ver que eram de militares portugueses”, exemplificou o general Fernando Aguda.

    Dos 1.414 militares mortos em Moçambique durante a guerra colonial, a Liga dos Combatentes estima que mais de 200 desapareceram, mas considera-os como mortos, porque, segundo o general Fernando Aguda, o regime colonial português não “tem registo de desertores” durante esse período de luta.

    No próximo ano, o vice-presidente da LCP garante que mais 17 corpos serão retirados nas províncias de Cabo Delgado e do Vale do Zambeze, um trabalho que não será afetado pela crise que assola Portugal, até porque o governo português disponibiliza verbas para a remoção de esqueletos, que, disse, “não é excessivamente caro”.

    FONTE: Lusa

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