O governo moçambicano e a Renamo estão a finalizar um acordo para o desarmamento, desmobilização e reintegração dos combatentes deste movimento armado nas forças de defesa e segurança, afirmou o presidente Filipe Nyusi.
O chefe de Estado adiantou durante uma palestra sobre o tema “Promoção da paz sustentável, democracia e desenvolvimento inclusivo em Moçambique” no Instituto Real de Relações Internacionais (Chatham House), em Londres, que as negociações com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, estão a dar frutos.
“Conseguimos encetar um diálogo com o presidente da Renamo e através de contactos temos estado a construir confiança mútua, que até ao momento ajudou o nosso país a parar com a violência, mesmo que tenha sido localizada”, saudou.
Agradecendo o contributo do apoio e cooperação internacional para a pacificação, citou o acordo sobre a revisão para o aprofundamento da descentralização que prevê a eleição de governadores provinciais a partir de 2019.
“Através da busca de soluções em relação aos nossos diferendos e contestações, alcançamos consensos em matéria de descentralização e estamos prestes a finalizar os assuntos relativos a desarmamento, desmobilização e reintegração dos combatentes da Renamo”, adiantou.
Nyusi revelou que “uma das formas que se pretende encontrar é a representatividade relativa nas forças de defesa e segurança, conscientes de que mais de 60% dos seus membros não são produto do acordo de paz de 1992”.
Porém, mostrou-se determinado em encontrar um consenso, já que “o que se pretende do processo de diálogo é a paz efectiva, duradoura e sustentada, estabilidade política como uma plataforma para o desenvolvimento económico inclusivo de Moçambique”.
Filipe Nyusi chegou na manhã de hoje à cidade de Londres, onde vai participar na Cimeira bianual de chefes de Estado e de Governo da Commonwealth, que inicia quinta-feira.
Integram a organização 53 países. Moçambique aderiu a Commonwealth em 1995. (Angop)