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    Ministra Educação quer alunos a lerem a partir da primeira classe

    A ministra da Educação, Luísa Maria Alves Grilo, anunciou, esta sexta-feira, em Luanda, a intenção de se introduzir metodologias dinâmicas no sistema de ensino, para as crianças aprenderem a ler e a escrever a partir da primeira classe.

    A governante, que falava no encerramento do “Workshop sobre elaboração de materiais, de mediação, monitoria e mentoria”, acrescentou ser, igualmente, objectivo do Executivo ver crianças a fazerem operações de base a partir desse nível de ensino.

    “Queremos alunos a lerem, a escreverem e a fazerem operações de base a partir da primeira classe, com vista a recuperar o tempo perdido, face a um nível de atraso acentuado, por culpa de vários factores alheios a vontade das autoridades, dos professores e dos alunos”, referiu.

    Comforne a ministra, a metodologia “Tarl África” vai ajudar nesse processo, por ser dinâmica e mostrar como conduzir aulas interessantes, com os alunos a serem partícipes na construção do seu conhecimento.

    Com as ferramentas adquiridas na formação, sublinhou Luísa Grilo, está-se diante de melhores condições para se fazer adequações pedagógicas, cada um ao ritmo dos seus alunos, em função do contexto da sua escola e da sua sala de aula.

    “Não podemos continuar a olhar para a turma como se fossem todos iguais. Somos todos iguais enquanto seres humanos, mas temos diferenças e estas devem ser respeitadas. E temos de atendê-las, porque, enquanto seres humanos temos particularidades”, frisou.

    E essas particularidades, prosseguiu, têm muita influência no processo de ensino e de aprendizagem. Logo, essa metodologia vem demonstrar que é possível, sim, todos aprenderem, se tiverem oportunidade para aprenderem no seu ritmo e nas suas características próprias.

    Segundo a ministra da Educação, as salas de aula e escolas de Angola são mudas, porque as paredes estão limpinhas, sem nada que indique que nelas acontece um processo de ensino e aprendizagem, pelo que precisam de vida e de linguagem específica.

    “É preciso dar vida às nossas salas de aula; é preciso dar linguagem as nossas salas, com os silabários e textos por nós construídos, para incentivar exactamente o desenvolvimento da literacia e da numeracia”, apelou a governante, ao dirigir-se aos 40 formandos.

    Para Luísa Grilo, não se pode aceitar que crianças concluam o ensino primário ou secundário sem ter as devidas competências de literacia e numeracia, razão pela qual a referida acção formativa vai continuar em outra dimensão, noutras províncias e em cada escola.

    A ideia, destacou, é potenciar os coordenadores de disciplinas e de classes para que sejam verdadeiros mentores e façam os seus colegas progredirem, sob avaliação e acompanhamento do Ministério que se mostra aberto para buscar os imputes necessários.

    “Reitero o nosso compromisso com a transformação da educação, e dizer que qualquer transformação começa com o professor. Vou sair daqui tranquila por ouvir dos professores que realmente foram transformados. Foi o primeiro passo para que a transformação aconteça”, expressou.

    A outra satisfação com que fico da formação, manifestou, é que agora já ouço do vocabulário comum dos professores a expressão “gestão de curriculum”, o que permitirá a inibição da dosificação do programa e uma melhor gestão do curriculum.

    “Não é copiar e seguir cegamente porque o professor não é um robot nem um autómato, mas sim um ser pensante que esperamos ser criativo e que use todas as estratégias necessárias para que os seus alunos efectivamente aprendam”, alertou Luísa Grilo.

    Nesse particular, adiantou esperar que os alunos angolanos aprendam efectivamente com essa metodologia Tarl África (Teaching Right Level – Ensinar ao nível certo), instruída por especialistas zambianos e quenianos, durante cinco dias de formação, em parceria com o UNICEF.

    “Que a diferenciação em sala de aula seja um sinal positivo de aprendizagem e não um meio de discriminação dos alunos. Esta metodologia vai-nos permitir fazer o acompanhamento e o aprendizado em função dos ritmos de aprendizagem de cada grupo (….)”, concluiu.

    A formação intensiva juntou professores, supervisores, técnicos do Ministério da Educação e especialistas do Ensino Primário, provenientes da Zâmbia e do Quénia, no âmbito da metodologia TaRL, numa co-organização com o Fundo das Nações Unidas para Infância – UNICEF.

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    FonteAngop

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