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    Mercado tem 26,3 milhões de trabalhadores subutilizados, diz IBGE

    Taxa mostra que país tinha 23,8% da força de trabalho subutilizada no 2º trimestre, o que equivale a uma queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior. No final de 2016, taxa era de 22,2%.

    O mercado de trabalho brasileiro encerrou o segundo trimestre do ano com 26,3 milhões de trabalhadores desocupados e subocupados – cerca de 200 mil a menos que no trimestre anterior. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgada nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).
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    A taxa ficou em 23,8% no segundo trimestre, o que representa uma queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior. “Isso indica estabilidade da taxa”, apontou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

    A taxa composta de subutilização da força de trabalho agrega os trabalhadores desempregados, aqueles que estão subocupados (por poucas horas trabalhadas) e os que fazem parte da força de trabalho potencial (não estão procurando emprego).

    Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua – Trimestral para Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, referentes ao trimestre encerrado em junho.

    Os principais resultados da Pnad Contínua já foram divulgados no dia 28 de julho e mostraram uma taxa de desemprego de 13,0%, resultado 0,7 ponto percentual menor que no trimestre encerrado em março.

    Regiões e setores

    O detalhamento da PNAD apresentado nesta quinta-feira mostrou, ainda, que, à exceção do Nordeste, o número de desempregados caiu em todas as grandes regiões do país entre o primeiro e o segundo trimestre do ano. Apesar disso, conforme enfatizou o coordenador da pesquisa, “em relação ao ano passado, o quadro continua crítico em todas as regiões”.

    A subutilização da força de trabalho é mais intensa no Nordeste. Lá, a taxa ficou em 34,9% no segundo trimestre, distante 11,1% da média nacional. “No Piauí, essa taxa ficou em 38,6% e no Maranhão em 37,7%. Ou seja, nestes estados falta trabalho para quase 40% da população”, enfatizou Azeredo.

    A Região Norte foi a segunda que apresentou esta taxa acima da média nacional. Lá, 26,8% dos trabalhadores ou estão desempregados ou trabalhando menos do que gostariam. No Sudeste, a taxa ficou em 20,9% e no Centro-Oeste em 17,4%.
    A Região Sul foi a que apresentou a menor taxa de subutilização da força de trabalho (14,7%), sendo que em Santa Catarina ela ficou em 10,7% – a menor entre todos os estados brasileiros.

    Pernambuco (18,8%) e Alagoas (17,8%) registraram as maiores taxas de desocupação no 2º trimestre 2017 frente ao trimestre anterior, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.
    O setor que mais puxou a alta no número de trabalhadores ocupados foi o industrial. Segundo Cimar Azeredo, esta alta na contratação da indústria foi mais intensa em São Paulo. O economista ponderou que este é o bom sinal para o mercado de trabalho.

    “São Paulo, querendo ou não, tem um efeito ‘farol’. Em processos de crise, já observamos que quando São Paulo começa a apresentar sinais de recuperação, logo em seguida estes sinais se disseminam nas outras regiões”
    Azeredo destacou que a taxa de desocupação apresentou queda em 11 das 27 UFs analisadas pelo IBGE. Em outras 14, a taxa ficou estável. Somente Rio de Janeiro e Pernambuco apresentaram aumento da taxa de desocupação.

    “O Rio de Janeiro teve uma taxa de ocupação estável e um aumento de 114 mil desocupados. Hoje, o Rio tem 1,3 milhão de desocupados, um aumento de quase 10% em relação ao trimestre anterior”, destacou o pesquisador.
    Já em Pernambuco, Azeredo chamou a atenção para o fato de que houve uma queda de 10,6% no número de postos de trabalho com carteira assinada. Isso significa que no primeiro semestre do ano, 117 mil trabalhadores perderam o emprego formal no estado.

    “Essa queda se deu principalmente no grupamento da agricultura. No ano, chegou a reduzir em 22% o número de carteira de trabalho neste setor”, enfatizou o pesquisador. Questionado sobre o motivo que levou a esse efeito no setor agrícola justamente num ano em que o país registra super safra, Azeredo disse que o levantamento do IBGE não foi capaz de apontar. “Precisamos investigar melhor este movimento”.

    Cai a diferença na desocupação entre homens e mulheres

    A PNAD mostrou que houve significativa diminuição da diferença da taxa de desocupação entre homens e mulheres ao longo da série histórica da pesquisa. No primeiro trimestre de 2012, a diferença era de 10 pontos percentuais. No segundo trimestre deste ano a diferença foi de apenas 0,6%.

    Isso não mostra que a situação das mulheres está melhor ou que elas não estejam perdendo emprego, segundo o IBGE. As mulheres ainda são maioria na população de desocupados. O que acontece é que os homens estão perdendo mais emprego que elas, principalmente por causa do efeito da crise econômica no setor da construção”, ponderou Cimar Azeredo.

    51,1% dos desocupados não completaram o ensino médio

    O desemprego no país atinge com maior intensidade aqueles trabalhadores que não completaram o ensino médio. Este
    grupo, segundo o IBGE, corresponde a 51,1% do total de desempregados.

    Por outro lado, os que não chegaram a completar o ensino médio somam 55% dos trabalhadores ocupados atualmente. Os trabalhadores com nível superior completo somam 12,9% do total de ocupados.
    População empregada e rendimento

    A população ocupada no 2º trimestre de 2017, estimada em 90,2 milhões de pessoas, possuía 68,0% de empregados (incluindo domésticos), 4,6% de empregadores, 24,9% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,4% de trabalhadores familiares auxiliares. Nas regiões Norte (31,8%) e Nordeste (29,8%), o percentual de trabalhadores por conta própria era superior ao das demais regiões.

    No 2º trimestre, 75,8% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada. As regiões Nordeste (60,8%) e Norte (59,0%) tinham as menores estimativas desse indicador. Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 30,6% deles tinham carteira de trabalho assinada. No mesmo trimestre de 2016, essa proporção havia sido de 33,2%.

    Tanto o rendimento médio real (R$ 2.104) de todos os trabalhos quanto a massa de rendimento médio real (R$ 185,1 bilhões) ficaram estáveis no 2º trimestre de 2017. (G1)

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