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    Medidas restritivas na África do Sul entopem fronteira em Moçambique

    Teste à Covid-19 e recolher obrigatório imposto na África do Sul causam “enormes filas de carros” na fronteira moçambicana de Ressano Garcia. Há pessoas retidas desde domingo. Moçambique em conversações com país vizinho.

    “Desde domingo [03.01], há uma avalanche de viaturas que pretendem atravessar para a África do Sul. A maior parte dos viajantes optou por fazer o teste na fronteira e o processo lá está muito lento, o que causa aquela fila enorme de carros”, disse esta quinta-feira (07.01) à Lusa o porta-voz do Serviço Nacional de Migração (Senami) de Moçambique, Celestino Matsinhe.

    “A questão central é o teste da Covid-19. Este é mais barato, quando é feito na fronteira [do lado sul-africano], cerca de 170 rands (nove euros), e é isto que cria problemas, toda a gente quer fazer o teste no posto de fronteira”, afirmou.

    Em outubro, as autoridades detetaram a venda de testes à Covid-19 falsos na fronteira com a África do Sul
    (DR)

    Estradas bloqueadas por automobilistas
    De acordo com a fonte, a África do Sul impôs um recolher obrigatório que implica o encerramento da fronteira às 21:00, sendo reaberta às 06:00, o que as autoridades consideram também um obstáculo na fronteira mais movimentada de Moçambique.

    “Houve uma altura em que mesmo as entradas para Moçambique estavam a ser difíceis porque os automobilistas [da fila de espera] bloqueavam toda a via, tentando resolver a situação”, explicou Celestino Matsinhe, acrescentando que “é a primeira vez que algo de género acontece nos últimos anos, é uma novidade ter gente a passar noites na fronteira”.

    Para fazer face ao problema, o Ministério da Saúde moçambicano montou brigadas de testagem em Ressano Garcia, mas, segundo as autoridades, a África do Sul tem rejeitado os testes rápidos feitos do lado moçambicano, sem que haja, até aqui, alguma justificação, apesar das notícias em outubro que davam conta da venda de testes falsos na zona fronteiriça.

    “A dado momento não estavam a aceitar os testes feitos em Moçambique. Eles impunham que se fizesse um novo teste, caso não fizessem, os viajantes tinham de voltar”, referiu o porta-voz.

    Conversações com África do Sul
    O Governo moçambicano garante que está em conversações com a África do Sul visando resolver a situação, tendo o ministro da Saúde avançado que a resolução do assunto da recusa dos testes rápidos pela África do Sul ficou na responsabilidade do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

    “Dentro de pouco tempo [o ministério] vai articular com as autoridades sul africanas competentes para permitir que esta recusa seja rapidamente resolvida”, afirmou Armindo Tiago.
    Segundo o Senami, entre 14 de dezembro e 05 de janeiro deste ano, 133.715 pessoas atravessaram no posto fronteiriço de Ressano Garcia.

    Moçambique conta com um total de 56 fronteiras, das quais apenas 33 estão abertas e as restantes foram encerradas no quadro das medidas de prevenção contra o novo coronavírus.
    O país tem um total de 19.667 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus, 87% dos quais são dados como recuperados, havendo ainda 172 mortos, segundo a última atualização.

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