Manifestantes incendiaram mais de uma dezena de fábricas de empresas chinesas no Vietname, em reação à instalação de uma plataforma petrolífera por parte de Pequim em águas disputadas, informou hoje a imprensa oficial chinesa.
Trabalhadores saquearam bens e atacaram escritórios numa rara vaga de revolta popular na terça-feira no país comunista, que autorizou a realização de manifestações massivas contra a China no fim de semana.
Não foram registados feridos ou mortos.
O alvo dos manifestantes foram empresas manufatureiras detidas ou administradas por chineses, bem como trabalhadores chineses na província de Binh Duong, indicou hoje o Parque Industrial Vietname-Singapura, em comunicado citado pela AFP.
Milhares de trabalhadores saíram para as ruas na terça-feira, tendo um pequeno grupo atacado seguranças e gestores antes de incendiarem pelo menos 15 fábricas, informou o portal estatal VNExpress.
Vídeos e imagens publicadas em blogues de dissidents mostram milhares de trabalhadores, muitos dos quais com bandeiras do Vietname, a destruírem portões de fábricas e a invadirem os complexos, causando danos significativos nas propriedades.
Empresas de Taiwan, do Japão e da Coreia do Sul fecharam as suas fábricas, dando folga aos seus funcionários, tendo hasteado bandeiras do Vietname no exterior, na tentativa de travar os manifestantes, acrescenta o mesmo portal, citado pela agência AFP.
O Ministério da Segurança Pública do Vietname destacou unidades de polícia antimotim para o local.
A China e o Vietname mantém uma antiga disputa territorial no Mar do Sul da China por causa das ilhas Paracel e Spratly, cuja soberania é reivindicada por ambos.
Desde que Pequim decidiu instalar uma plataforma em águas profundas da zona alvo da contenda, têm-se verificado vários incidentes envolvendo navios dos dois países.
Os protestos anti-China no Vietname têm-se multiplicado: só no domingo reuniram-se em Hanoi pelo menos mil manifestantes, o mesmo número registado em Ho Chi Minh. (afp.com)