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    Maduro diz que americanos detidos serão julgados pela justiça venezuelana

    A justiça venezuelana julgará os dois americanos detidos na segunda-feira e acusados de planear um ataque fracassado por via marítima ao país, disse o presidente Nicolás Maduro nesta quarta-feira (6), enquanto Washington alertou que tentará de todas as formas repatriá-los.

    Luke Alexander Denman, de 34 anos, e Airan Berry, de 41, “estão convictos, confessos, foram pegos em flagrante e já estão sendo julgados pelo Procurador-Geral da República, pelos tribunais civis da Venezuela”, disse Maduro a repórteres nesta quarta-feira durante uma videoconferência.

    “O processo será com todas as garantias e será justo”, acrescentou o presidente, observando que os americanos, que foram detidos no povoado costeiro de Chuao, no estado de Aragua (norte), um dia depois da incursão frustrada, “estão sendo bem tratados, com respeito”.

    “Eles confessaram sua culpa, violaram o direito internacional, violaram o direito venezuelano, estão nas mãos da justiça e garantiremos que a justiça será feita neste caso com esses dois americanos e com o resto dos mercenários e que a verdade veja à tona”, disse Maduro.

    Na terça-feira, Washington considerou as acusações, que envolvem o líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido presidente interino por cinquenta países, como um “melodrama” e uma “grande campanha de desinformação” de Caracas, e nesta quarta-feira alertou que usará todos as opções à sua disposição para repatriar os dois americanos.

    “Se o regime de Maduro decidir retê-los, usaremos todas as ferramentas disponíveis para tentar trazê-los de volta”, disse o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, a repórteres.

    Enquanto isso, a Rússia, um dos principais aliados de Maduro juntamente com a China, informou nesta quarta-feira que o desmentido americano não foi convincente.

    “A afirmação de Washington, segundo a qual o governo americano não tem nada a ver com o que aconteceu na Venezuela nos últimos dias não me parece convincente”, declarou o ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado.

    Foram detidos cerca de 20 “mercenários”, vários deles militares venezuelanos dissidentes, após uma “invasão” pelo mar, frustrada em 3 e 4 de maio nos povoados litorâneos de Macuto e Chuao, no norte da Venezuela.

    – “Trump: o chefe directo” –

    O líder socialista reiterou suas denúncias contra o presidente Donald Trump, a quem ele acusa de ter contratado Jordan Goudreau, ex-proprietário militar da empresa de segurança Silvercorp, acusado por seu governo de treinar “mercenários” em território colombiano.

    “O presidente Donald Trump é o chefe directo de todo o ataque”, disse Maduro, mostrando um vídeo de Denman, que confessou ter sido contratado por Goudreau para a operação que tinha entre seus objectivos tomar o controle do principal aeroporto da Venezuela para tirar o presidente.

    Com patente de sargento, Goudreau serviu o Exército americano entre 2001 e 2016, sendo enviado ao Iraque e ao Afeganistão durante sua carreira militar, segundo dados proporcionados à equipe da AFP no Pentágono.

    Maduro, que também acusou o presidente colombiano Iván Duque da suposta conspiração, disse que a Venezuela solicitará aos Estados Unidos a extradição de Goudreau, que declarou em entrevista à jornalista venezuelana Patricia Poleo, radicada em Miami, ter assinado um contrato em acordo com o líder opositor Juan Guaidó.

    Reconhecido por meia centena de países, com os Estados Unidos à frente, como presidente encarregado na Venezuela, Guaidó afirma que o Ministério Público venezuelano, de orientação chavista, abriu sobre ele uma nova investigação “com um documento falso”.

    As acusações são uma “justificativa para tentar sequestrar e deter ilegalmente” Guaidó, explica um comunicado difundido nesta quarta-feira por sua assessoria de imprensa.

    – “Baía de porquinhos” –

    Tanto Denman quanto Berry serviram no Iraque em diferentes períodos. Denman, como sargento encarregado de comunicações das Forças Especiais do Exército regular de Outubro de 2006 a dezembro de 2011, passando à reserva até Setembro de 2014.

    Enquanto isso, Berry esteve nas Forças Especiais entre Junho de 1996 e Outubro de 2013 como sargento de engenharia.

    Enquanto isso, a “operação ‘Negro Primero’ (para o) esmagamento do inimigo continua”, expressou Maduro sobre o envio de 25.000 efectivos militares que enviou para “esquadrinhar” a costa venezuelana.

    O chefe de Estado socialista ironizou, afirmando que a imprensa americana qualifica a operação como um “fiasco” no estilo da Baía dos Porcos.

    É a “Baía dos Porcos venezuelana”, disse, em alusão à operação militar lançada em Abril de 1961 na costa cubana, também conhecida como batalha de Girón, em uma tentativa frustrada de Washington de depor o falecido ex-presidente Fidel Castro.

    “Dizem Baía de Porquinhos”, afirmou.

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    FonteAFP

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