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    Listas entregues em Angola

    A meia-noite da passada terça-feira, 19 de Junho, era a hora limite para os partidos e coligações fazerem chegar ao Tribunal Constitucional (TC) as candidaturas às eleições gerais que estão marcadas para o próximo dia 31 de Agosto. Foi nesse dia que cinco partidos e duas coligações formalizaram as suas candidaturas, mas foi também na terça-feira que o TC decidiu negar a candidatura da lista de Ngola Kabangu que reivindica a liderança da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), oficialmente assumida por Lucas Ngonda.
    À Angop Kabangu disse que se tratou de uma decisão «incorrecta, antidemocrática e anticonstitucional do presidente do Tribunal» e que, por esse motivo, vai continuar a organizar protestos, mas respeitando os princípios democráticos.

    No total, deram entrada no TC 27 candidaturas de partidos e coligações: PSA, PREA, CASA–CE, CPO, ND, MPLA, UDCPE, FNLA, MDIA–PCN, MPR–SN, UNITA, PP, FUMA, PAPOD, CVD, PDPPA–NTO BAKO, UDNA, PCCA, PDP–ANA, PSD, PN, PDN, Coligação LUA e PDA. As listas vão agora ser analisadas e no final da primeira semana de Julho, no dia 6, será divulgada a lista com as candidaturas aprovadas que seguem, de imediato para a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e para os mandatários dos partidos.

    O número dois que se esperava

    A lista que mais expectativa gerava era a do MPLA. As diferenças para o elenco apresentado em 2008 não são muitas, mas há uma que salta de imediato à vista. Logo a seguir a José Eduardo dos Santos aparece agora Manuel Vicente, ministro de Estado e da Coordenação Económica, o que antecipa o cenário de futura sucessão de Eduardo dos Santos no cargo de Presidente da República de Angola, como determina, aliás, a Constituição.

    O lugar de Manuel Vicente não constitui propriamente uma surpresa, mas o SOL sabe que não terá merecido uma votação unânime na 5.ª reunião ordinária do Comité Central que aprovou as listas.

    Aliás, o único caso de unanimidade foi o de Eduardo dos Santos. Voltando à lista do MPLA, na terceira e quarta posição aparecem dois nomes históricos do partido, Holden Roberto e Luzia Inglês. Este posicionamento dos nomes das listas gera invariavelmente uma leitura política e assim, não deixa de ser curioso verificar que o actual vice-presidente, Fernando Piedade Dias dos Santos ‘Nandó’, surge apenas na décima quinta posição.

    Em sentido inverso, aparece Bento Kangamba. De suplente em 2008 ‘trepou’ até ao sexagésimo lugar da lista de candidatos a deputados agora entregue em Tribunal.

    Onze ministros de fora

    Igualmente significativo poderá ser o facto de 11 dos quase 30 ministros actuais não constarem do documento entregue no TC. São os casos de Cândido Van-Dúnem, ministro da Defesa; Fernando da Fonseca, ministro do Urbanismo e Construção; Rosa Cruz e Silva, ministra da Cultura; Carlos Alberto Lopes, ministro das Finanças; George Chicoti, ministro das Relações Exteriores; Pedro Canga, ministro da Agricultura; Abraão Gourgel, ministro da Economia; João Borges, ministro da Energia e Águas; José Van-Dúnem, ministro da Saúde; Sebastião Martins, ministro do Interior; e João Borges, ministro da Saúde.

    Estes responsáveis políticos não se podem classificar como militantes com um percurso com profundidade no partido, o que se alterou a partir do momento em que assumiram os respectivos cargos.

    Mudanças para a CASA

    Na oposição, a CASA-CE é a força política que tem criado mais agitação. Depois de ter conseguido conquistar membros de partidos que se opõem ao rumo seguido pelo poder no país nos últimos anos, a coligação liderada por Abel Chivukuvuku somou mais um feito. E desta vez à conta do MPLA.

    Isto porque foi noticiada a mudança para a CASA de dois filhos de um militante histórico do ‘EME’, Agostinho Mendes de Carvalho. Em causa, estão os irmãos Manuel Paulo Mendes de Carvalho ‘Pakas’, general, e de André Gaspar Mendes de Carvalho ‘Miau’, almirante. Este último ocupava, até há bem pouco tempo, o cargo de director nacional para as relações internacionais do Ministério da Defesa, mas acabou por ser alvo de uma exoneração assinada pelo titular da pasta, Cândido Van-Dúnem.

    Nomes da UNITA

    Isaías Samakuva lidera, como era de esperar, a lista do ‘Galo Negro’ às eleições que se avizinham. Logo a seguir aparece Joaquim Mulato.

    Os nomes que sucedem os dois dirigentes máximos da UNITA estão ainda por confirmar, no entanto a comunicação social dos últimos dias tem avançado algumas possibilidades. Assim, Vitorino Nhany, Miraldina Jamba, Kamalata Numa, Lukamba Gato, Anita Raquel Filipe, Fernando Heitor, Bonguela Sapiñala, Alcides Sakala, Raul Danda e Makuta Nkondo serão nomes em destaque na candidatura entregue pela UNITA no Tribunal Constitucional.

    FONTE: Sol

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