A Justiça do Equador ordenou nesta quinta-feira a libertação do sueco Ola Bini, acusado de ataques a sistemas de informática e vinculado a Julian Assange, por considerar que sua detenção foi “arbitrária”.
Um tribunal da Corte Provincial de Pichincha aceitou, com dois votos a favor e um contra, o recurso de habeas corpus apresentado pela defesa do sueco, detido quando tentava viajar ao Japão em 11 de abril.
No mesmo dia, avança a AFP, Quito retirou o asilo de Assange, que estava refugiado desde 2012 na embaixada equatoriana em Londres.
“Efetivamente aconteceu uma violação do direito à liberdade de Bini, cuja detenção foi ilegítima e arbitrária”, afirmou o juiz Patricio Vaca.
Bini saiu da prisão poucas horas depois da audiência.
“Hoje demonstramos minha inocência pela primeira vez e vamos continuar demonstrando minha inocência”, declarou.
O sueco agradeceu aos juízes por demonstrarem que “o processo é ilegal”.
Bini permanecerá em liberdade durante o processo, mas deve se apresentar periodicamente às autoridades e está proibido de deixar o país.
Depois de revogar o asilo de Assange, fundador do WikiLeaks, o governo equatoriano denunciou que uma pessoa próxima ao australiano estava envolvida em um plano de desestabilização contra o presidente Lenín Moreno.
Assange, 47 anos, deve cumprir um ano de prisão em Londres por ter violado a liberdade condicional quando, em 2012, buscou refúgio na embaixada do Equador para não ser extraditado à Suécia, onde era investigado por supostos crimes sexuais.
Após a detenção de Assange, a justiça dos Estados Unidos apresentou 18 acusações contra o australiano e solicitou sua extradição. A decisão da justiça britânica sobre o pedido de Washington será divulgada em fevereiro de 2020.
As acusações contra Assange se referem à obtenção e divulgação de informações secretas pelo WikiLeaks em 2010, quando o site publicou centenas de milhares de documentos militares e diplomáticos confidenciais.