Autoridades judiciais apreenderam brigada mecanizada de construção civil na sequência de investigações a dirigentes suspeitos de fraude. Governador de Benguela vê assessor constituído arguido num esquema de venda de casas em que foram apreendidos documentos no gabinete de um vice-governador. Aumenta a crítica após demolição do bairro das Salinas.
O Presidente angolano, João Lourenço, apelou, na última reunião do Conselho da República, terça-feira, 8, à transparência na gestão de equipamentos para a reparação de estradas, quando, poucos dias antes, a Procuradoria-Geral da República (PGR) dava por concluídas apreensões de máquinas a uma empresa suspeita num processo de peculato, associação criminosa e recebimento indevido de vantagens.
Os recados do Chefe de Estado, numa reunião que passou em revista os efeitos da Covid-19 na economia angolana, coincidiram com a apreensão de bulldozers, pás carregadoras e cilindros, depois de quatro camiões-cisternas, sendo um basculante, dois para água e combustível e um reboque.
Há muito que o sub-procurador-geral da República titular de Benguela e da Comarca, Carlos Santos, confirmou o expediente criminal em curso, na altura ainda em “”fase embrionária””, relativo, sabe o NJ, à entrega de meios sem concurso público, contrariamente ao que aconteceu com tractores agrícolas e autocarros.
O aspecto comum é que todos os bens, tanto as 11 máquinas à guarda da PGR como os tractores e os autocarros distribuídos a operadores privados, fazem parte de iniciativas presidenciais.
No caso em questão, segundo uma fonte do Gabinete Provincial de Infra-Estruturas, a preocupação da Presidência da República reside no estado das estradas secundárias e terciárias, desfavorável ao escoamento de produtos do campo para as cidades, daí o plano a cargo do Ministério da Agricultura e Pescas. Aliás, na tomada de posse do titular deste pelouro, António Francisco de Assis, João Lourenço pediu atenção ao factor escoamento de produtos alimentares de primeira necessidade.