O Irão tem capacidade técnica para enriquecer urânio a um nível mais alto do que tinha antes de assinar o acordo internacional para conter seu programa nuclear, afirmou o chefe da organização de energia atômica do Irão, Ali Akbar Salehi, à televisão estatal do país.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu aos signatários europeus do acordo de 2105 com o Irão um prazo até 12 de maio para corrigirem “as terríveis falhas” do acordo, ou irá se recusar a renovar o alívio nas sanções impostas pelos EUA contra o Irão.
Salehi alertou Trump a não tomar esse caminho. “O Irão não está blefando … Tecnicamente, estamos totalmente preparados para enriquecer urânio acima do que costumávamos produzir antes do acordo… Espero que Trump caia em si e continue no acordo”.
Sob o acordo, que levou à suspensão da maioria das sanções internacionais contra o Irão, o nível de enriquecimento de urânio do Irão deve permanecer em torno de 3,6 por cento.
O Irão parou de produzir urânio enriquecido a 20 por cento e abandonou a maior parte do seu stoque como parte do acordo firmado com Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, China e Rússia.
O urânio refinado a 20 por cento de pureza físsil está bem além dos 5 por cento normalmente necessários para abastecer usinas nucleares civis, embora ainda muito abaixo da pureza altamente enriquecida, de 80 a 90 por cento, necessária para uma bomba nuclear.
Teerão já descartou qualquer possibilidade de negociar o programa de mísseis balísticos do país, suas atividades nucleares após 2025 e seu papel internacional no Médio Oriente, como exige Trump.
Grã-Bretanha, França e Alemanha apoiam o acordo, que afirmam ser a melhor maneira de impedir que Teerão consiga armas nucleares, mas pediram ao Irão que limite sua influência regional e reduza o programa de mísseis. (Reuters)
por Parisa Hafezi