O secretário de Estado da indústria, Kiala Gabriel, considerou urgente a criação de condições para que a matéria-prima em Angola seja transformada localmente.
Ao se transformar um tronco de madeira em mobília, o processo inclui mão-de-obra. Sendo assim, porque não criar condições para que esta actividade seja executada no país. Com isso, estaríamos a criar empregos e a diminuir os níveis de importação”, esclareceu o responsável, ao fazer uma análise ao estado do sector da indústria no país, no quadro das celebrações do 4 de Abril, Dia da Paz,
Informou que uma das prioridades do sector se prende com o surgimento de mais unidades de transformação de matéria-prima, para se evitar a “exportação de oportunidades de emprego”.
“Refiro-me particularmente às indústrias que pesam na balança de importação”, acrescentou o secretário de Estado que vaticina um futuro diferente para o sector nos próximos anos.
Kiala Gabriel aponta o ano 2018 como o ponto de partida para a auto-suficiência produtiva em Angola.
“Se o nosso Plano de Industrialização for bem-sucedido, penso que em 2018 podemos contar com muitos mais produtos made-in-Angola. Até esta altura teremos a questão das infra- estruturas resolvida”, perspectivou o responsável.
Para se passar da perspectiva à concretização, o secretário de Estado sublinha a importância do “pleno funcionamento” dos elementos essenciais ao desenvolvimento do sector industrial, como as rodovias para o aprovisionamento das fábricas e escoamento da produção.
“O Estado está a fazer a sua parte. Contudo, é necessário que o sector privado assuma o seu papel”.
Kiala Gabriel chama atenção para a importância do acesso facilitado aos financiamentos.
“A questão fundamental prende-se com a acessibilidade a financiamentos. Os empresários encontram muitos empecilhos”, apontou.
Quanto ao agravamento das taxas de importação, em vigor desde o mês de Março, Kiala Gabriel disse que a iniciativa surge nas iniciativas do Executivo para estimular a produção nacional.
De acordo com o secretário de Estado, existem empresários detentores de fábricas no exterior do país e usam Angola como mercado, um processo que, segundo ele, pode ser invertido. “Porque não produzir em Angola e exportar a produção”.
“É uma forma que encontramos para convencer os nossos parceiros a instalarem-se no país e diminuir a importação para um mercado que já justificou números elevados de consumo. Sendo assim, porque não investir no país”, questionou. (portalangop.co.ao)