O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que a sua nação tem a “mãe das bombas nucleares”, e é por isso que Nova Deli nunca cederá ao que ele descreveu como chantagem nuclear do Paquistão.
“Nós temos a bomba mais nuclear de todas (a mãe das bombas nucleares). Eu decidi dizer a eles, façam o que quiser [mas vamos retaliar]. No passado, o nosso povo chorava e dava volta ao mundo para dizer que o Paquistão fez isso e fez aquilo […] Agora é a vez de o Paquistão chorar”, ressaltou Modi.
“Os dias em que Índia cedia a ameaças ficaram para trás. Esta é uma nova Índia que vai atacar os terroristas bem dentro de esconderijos do outro lado da fronteira”, acrescentou Modi.
Antes, Modi deixou claro que os ataques da IAF contra a “instalação terrorista” serão a nova política da Índia, adicionando que “A Nova Índia vai matar terroristas invadindo as suas tocas”.
O major-general do Exército paquistanês, Asif Ghafoor, por sua vez, afirmou à Sputnik no fim de março que Islamabad — capital paquistanesa — exclui a possibilidade de uso de armas nucleares, vendo-as como uma ferramenta de dissuasão para evitar guerras reais.
“Desde que nos tornamos abertamente nucleares, como a Índia também, em 1998, nosso posicionamento é que essa capacidade elimina a possibilidade de uma guerra convencional entre os dois países. Ou seja, trata-se de uma arma de dissuasão e de uma escolha política. Nenhum país equilibrado possuidor de capacidades [nucleares] falaria em usá-las”, enfatizou Ghafoor.
A onda de declarações contextualiza as tensões existentes entre a Índia e o Paquistão, que se agravaram no fim de fevereiro, quando cada lado teria perdido um avião de guerra durante combate sobre a Caxemira.
A batalha aérea de 27 de fevereiro veio um dia depois de a Força Aérea indiana lançar ataque em Pulwama contra o que Nova Deli disse ser um acampamento de Jaish-e-Mohammad, sendo os membros desse grupo considerados terroristas pela Índia e estão localizados em solo paquistanês através da chamada Linha de Controle, separando as áreas controladas pela Índia e pelo Paquistão da Caxemira.
O ataque aéreo indiano foi precedido por um ataque de Jaish-e-Mohammad à força policial paramilitar indiana na Caxemira em meados de fevereiro, que matou mais de 40 militares. Enquanto a Índia acusou o Paquistão de apoiar os militantes e ter uma “mão direta” no incidente, o Paquistão rejeitou as acusações.