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    Hong Kong detém 47 activistas pró-democracia

    Com base em polêmica Lei de Segurança Nacional, grupo também é acusado de conspiração para cometer subversão. União Europeia condena detenções.

    A polícia de Hong Kong anunciou neste domingo (28/02) a detenção de 47 ativistas pró-democracia acusados de conspiração para cometer subversão. Essa foi uma das maiores operação realizadas com base na polêmica Lei de Segurança Nacional, imposta pela China, contra o movimento democrático.

    Os detidos já haviam sido presos em Janeiro, mas tinham sido libertados. Eles serão apresentados a um tribunal na segunda-feira, segundo o comunicado da polícia. O grupo é composto por 39 homens e oito mulheres com idades entre 23 e 64 anos.

    Entre os detidos estão opositores, incluindo vários ex-parlamentares, que foram presos em Janeiro por participação nas eleições primárias extraoficiais do campo pró-democracia em Julho de 2020, antes das eleições legislativas de Setembro, que acabaram sendo adiadas pelas autoridades sob a justificativa da pandemia do novo coronavírus.

    “Os habitantes de Hong Kong passam por tempos difíceis. Espero que ninguém desista de lutar por Hong Kong”, afirmou o ativista Sam Cheung, de 27 anos, ao chegar na delegacia.

    A decisão de acusar dezenas de activistas de uma vez só é vista como uma tentativa de atacar com força o movimento opositor. Os detidos fazem parte de um espectro amplo da oposição, que inclui ex-parlamentares pró-democracia, como James To e Claudia Mo, assim como acadêmicos, advogados e jovens do grupo conhecido como “acampamento de resistência”.

    Joshua Wong, um dos rostos mais conhecidos dos protestos pró-democracia em Hong Kong, também foi acusado de subversão. Ele está preso desde Novembro.

    O escritório da União Europeia (UE) em Hong Kong pediu a libertação imediata do grupo. “A natureza destas acusações deixam claro que o pluralismo político legítimo não é mais tolerado em Hong Kong”, afirmou o bloco num comunicado.

    Protestos e polêmica lei chinesa
    Hong Kong viveu em 2019 a pior crise política desde a transferência da soberania do território do Reino Unido para a China em 1997, com sete meses de protestos em que milhares saíram às ruas para exigir reformas democráticas na antiga colônia britânica. Mais de 9 mil manifestantes chegaram a ser detidos na época.

    Em junho de 2020, a resposta de Pequim aos protestos em Hong Kong surgiu com a imposição da lei da segurança na região administrativa especial chinesa, o que levou activistas a refugiarem-se no Reino Unido e em Taiwan.

    A lei pune “actividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras” com penas que podem chegar à prisão perpétua.

    Pequim criou ainda o Gabinete de Salvaguarda da Segurança Nacional em Hong Kong, oito dias após a entrada em vigor da nova legislação, e a polícia passou também a ter poderes reforçados, para garantir o cumprimento da lei, criticada pela comunidade internacional e organizações de direitos humanos, que argumentam que ela ameaça à autonomia do território.

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