(Foto: D.R.)
(Foto: D.R.)

O financiamento de projectos comunitários angolanos pelo governo japonês, data de 1999. Desde então, a República do Japão já soma USD 10. 729.032 em financiamentos, como adianta o encarregado de negócios da Embaixada japonesa, Takashi Kondo

Dois projectos comunitários angolanos foram financiados pelo governo japonês no montante de USD 181.492. A cerimónia de assinatura dos acordos de financiamento decorreu na residência do embaixador japonês na passada Quinta-Feira, 8.

O primeiro projecto financiado foi o de ampliação do Posto de Saúde Dom Eliseu, na província de Luanda, com um montante de USD 102 mil, a ser implementado pelo mesmo posto da Congregação das Missionárias de Santa Teresinha. Serão construídas quatro salas de consulta e observação e será ampliada a sala de espera do centro de saúde que se situa no bairro Simione I, município de Belas. O projecto visa aumentar o número de atendimentos diários à população, e também gerar mais empregos para que o posto de Saúde possa oferecer assistência médica de qualidade.

A directora-geral da instituição sanitária, Irmã Sandra Regina Vera, disse que o posto possui apenas duas salas, um laboratório e um compartimento que é repartido entre a administração e o atendimento. Nas duas salas estão instalados o laboratório, a pediatria, a medicina e o consultório com uma capacidade de atendimento diário de 60 a 70 pessoas para análises; de 30 a 40, dependendo dos dias, para as senhoras grávidas, 50 a 60 para a pediatria e de 20 a 28, também a depender dos dias, para a medicina-geral.

“E agora, com esta ampliação teremos um consultório para CPM, um para medicina e um para pediatria, e então teremos um laboratório ampliado. Temos uma demanda grande de análises clínicas. Há uma sala que será apenas de laboratórios”, disse, salientando que “actualmente temos 15 trabalhadores, nomeadamente três do Estado e 12 aos quais, o posto de saúde paga os salários e vamos aumentar mais quatro”, precisou.

A Irmã Sandra Vera sublinhou que recebeu garantias de entrega da obra no dia 8 de Maio, o mais tardar. Questionada sobre o tempo necessário para retirar o capital aplicado no projecto, a entrevistada disse que `nunca trabalhamos com cálculos assim. Se fôssemos nós na congregação a fazer esta ampliação nós deveríamos fazer uns três anos´.

“No nosso posto é diferente em relação aos outros que fazem uma análise ao preço de 1.000 Kz, nós fazemos ao nível de 500 a 600 Kz, e há pessoas que vêm sem dinheiro e nós atendemos.

O que temos como rendimentos pagamos os funcionários e se fôssemos a juntar, acredito que dois anos seriam suficiente”. disse.

Já o segundo projecto, é referente à pesquisa de campos de minas na província da Huíla, em apoio à autoridade nacional de desminagem, Comissão Nacional Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), com um financiamento de USD 79.430, a ser implementado pela HALO Trust.

As cláusulas conferem que por meio do financiamento, as equipas de pesquisa terão a missão de cobrir pelo menos 25 áreas suspeitas de estarem minadas em toda a província da Huíla, para actualizar a informação da base nacional de dados de minas, para eliminar as discrepâncias e definir, o mais exacto possível, as áreas realmente contaminadas pela metodologia de mapeamento- polígono. Durante as actividades de pesquisa, poderão realizar também a destruição de engenhos que vierem a encontrar.

Segundo Gerhard Zank, responsável da HALO Trust, ONG encarregue do projecto de desminagem, a organização tem 450 trabalhadores e para este projecto haverá o acréscimo de nove dos profissionais mais qualificados repartidos em cinco ocasionais e quatro de apoio.

Término da desminagem

‘’Vamos começar neste mês e haverá seis meses para a equipa visitar toda a província, comunidades e autoridades, para cada município identificar os campos de minas e mapeá-los e tudo deverá estar terminado em Julho, altura em que entregaremos todos os relatórios às autoridades nacionais para estarem inseridos na base de dados’’, avançou Gerhard Zank.

Entre 2003 e 2008, o governo do Japão apoiou a HALO Trust em Angola, com financiamento para a desminagem no total de USD 1.86 milhões, que foram aplicados nas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Kuando- Kubango e resultou na limpeza de mais de 56 hectares de terra e a remoção de 1.700 minas terrestres.

‘’Por esta mesma razão, a HALO Trust agradece este apoio financeiro generosamente fornecido pelo povo do Japão, em apoio a este projecto’’, disse o responsável da organização.

O governo japonês apoia, desde 1999, vários projectos comunitários de acção contra minas, incluindo assistência às vitimas de minas e educação com o valor total de USD 10.729.032.

“O governo japonês sempre ajudou o povo de Angola colaborando em muitos projectos de desminagem, o que é muito importante para permitir a produção agrícola. O governo japonês sempre estendeu a cooperação técnica e financeira”, sublinhou.

Questionado sobre os interesses do financiamento, Takashi Kondo disse que o seu país tem o objectivo de intensificar ainda mais o Trem de investimentos e comércio para atrair o investimento japonês no sector privado. ‘’E é muito importante fazer primeiro a cooperação e depois o comércio’’, adiantou, sublinhando que a cooperação entre os dois países foi mais intensificada em 2002, após os acordos de paz que Angola conheceu. (opais.ao)