Representantes do Grupo Internacional de Contacto (GIC), composto por vários países da União Europeia, o Uruguai e o Governo de Maduro reuniram-se na quarta-feira em Caracas.
De acordo com o Jornal de Notícias, trata-se do segundo encontro (o primeiro ocorreu em finais de fevereiro) e na reunião esteve presente, pelo lado da Venezuela, os vice-ministros das Relações Exteriores para a Europa e dos Assuntos Multilaterais, Yván Gil e Félix Plasencia, respetivamente.
Sem precisar quais os representantes estrangeiros que estiveram presentes, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou um comunicado precisando que neste “segundo” encontro entre os representantes do GIC e altos funcionários do Estado venezuelano “foram exploradas vias de cooperação técnica no âmbito do sistema das Nações Unidas e em estreito apego ao direito internacional”.
“O vice-ministro Yván Gil abordou, neste contexto, a necessidade de superar os aspetos relacionados com o bloqueio económico e financeiro imposto pelo Governo dos Estados Unidos contra aquele país sul-americano, que tem dificultado o acesso a medicamentos e alimentos para a população venezuelana”, refere o comunicado.
Segundo documento, Yván Gil precisou que “mais de 50 mil milhões de dólares estão retidos no sistema financeiro internacional, dos quais mais de 4 mil e 500 milhões em ativos de conversão rápida continuam bloqueados apenas na Europa”, reiterando o pedido do Governo venezuelano “de que esses recursos sejam libertados, para a compra imediata de medicamentos, quer através das estruturas técnicas que a União Europeia disponha, quer através das Nações Unidas (ONU)”.
O comunicado ratifica “a posição do Governo do presidente Nicolas Maduro, no sentido de receber todo o tipo de cooperação, no âmbito das Nações Unidas e da cooperação bilateral entre os países do Grupo de Contacto Internacional e Venezuela”.
“O diplomata enfatizou que as medidas coercivas unilaterais adotadas pelo Governo de Donald Trump [EUA] em relação ao país latino-americano violam os princípios mais elementares do direito internacional e da Carta da ONU”, explica.
Segundo o comunicado, o vice-ministro Félix Plasencia, por sua vez, “lamentou a posição tomada por alguns países da União Europeia”, uma situação contrária à legislação e às leis venezuelanas, surgida a partir da autoproclamação do deputado da Assembleia Nacional Juan Guaidó como presidente interino do país.
“No final de fevereiro, o ministro de Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela, Jorge Arreaza, recebeu uma delegação do Grupo Internacional de Contacto, criado em 7 de fevereiro último, no Uruguai, em conformidade com as instruções do Presidente Nicolás Maduro, focada na preservação da paz do país sul-americano”, refere.
Nessa ocasião Jorge Arreaza insistiu na “necessidade de avançar no estabelecimento de um mecanismo de diálogo nacional, sem condicionamento nem ingerências externas, que permita não apenas o entendimento político entre as partes na controvérsia na Venezuela, mas também a preservação da paz e a recuperação económica da nação”.
O Grupo de Internacional de Contacto é integrado pela França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Suécia, Holanda, Inglaterra, Equador, Costa Rica, México, Uruguai e Bolívia.