“Um Método Perigoso”, o novo filme de David Cronenberg, que chegou ontem às salas de cinema, faz uma introspecção aos princípios da psicanálise através de uma abordagem da vida e da relação entre Sigmund Freud e Carl Jung.
No filme, o último do realizador, o actor americano Viggo Mortensen transforma-se no pai da psicanálise, Sigmund Freud, um homem que define como um “bon vivant” e com quem aprendeu a “não levar as coisas tão a sério”, refere a EFE.
Recordado pela sua actuação como Aragorn, na trilogia “O Senhor dos Anéis”, Viggo Mortensen está quase irreconhecível neste papel. “Freud era um homem com grande apetite pela vida, sociável e com grande sentido de humor. Antes de preparar a personagem, pensava que ele era muito sério, reprimido, magro, académico e sem humor. Aprender que ele não era assim foi o mais divertido”, declarou o actor.
Segundo Mortensen, o sentido de humor de Freud é parecido com o de David Cronenberg, do tipo que procura assuntos que muitos qualificam como desagradáveis e inquietantes. “Ambos prezam o lado estranho do comportamento humano. Os dois acham graça às coisas que dizemos sem querer. Daí essa ironia”, resumiu o actor.
“Um Método Perigoso” aborda o triângulo intelectual formado por Sigmund Freud, o seu discípulo Carl Jung, interpretado por Michael Fassbender, e Sabina Speilrein, uma psiquiatra que foi paciente dos dois, interpretada por Keira Knightley.
Inspirada num livro de John Kerr e com argumento de Christopher Hampton, a história começa em 1904, justamente quando o jovem Carl Jung, psiquiatra residente em Zurique, se depara com o caso de uma jovem que sofre um descontrolado ataque de histeria. Essa jovem é Sabina Speilrein, uma judia russa de boa família e muito culta, com quem o médico inicia um novo método: a psicanálise. O trabalho do realizador David Cronenberg no filme recebeu várias críticas positivas no Festival de Cinema de Veneza.
Fonte: JA