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    FC Porto-Sporting, 1-3

    Uma passadeira azul para ver o candidato passar.

    Vai ser mesmo até ao fim… O Sporting passou no Dragão num clássico em que o líder Benfica torcia por fora e vai correr até à meta pela disputa do título.

    Hoje, no Dragão, tal como na primeira volta, foi um bis de Slimani a decidir o clássico. Hoje, voltou a ser tarde de «Super Slim», com o ponta-de-lança argelino a fazer dois golos (cinco em clássicos para a Liga) entre uma mão cheia de oportunidades de que dispôs.

    Mas vamos ao jogo… Desde logo para sublinhar uma primeira parte frenética, com domínio alternado entre as duas equipas e várias ocasiões de golo.

    A diferença fez-se na capacidade de definir do setor mais aditando do Sporting e na inacreditável passividade no setor mais recuado do FC Porto.

    Se o Sporting é intenso, o FC Porto anda tenso – não é de agora que joga sobre brasas, sobretudo diante do seu público.

    Na defesa então a intranquilidade é quase tão gritante como a falta de qualidade de alguns protagonistas.

    Peseiro começou a perder o jogo com o quarteto defensivo que apresentou: Ángel à esquerda (Layún não está recuperado e foi para o banco?) e Chidozie a recuperar o lugar de central porque o FC Porto só tem um Danilo e hoje precisava mais dele para dar consistência ao meio-campo.

    Vamos por partes: os laterais têm falhas graves na marcação, sobretudo José Ángel, que deixou João Mário esgueirar-se para assistir Slimani no primeiro golo (22’) e voltou a deixar Schelotto (34’) solto para quase assistir o argelino para o segundo.

    Slimani não apareceu solto apenas duas vezes na cara de Casillas… Antes do intervalo inda teve espaço e tempo para subir na área e colocar de cabeça para voltar a colocar os leões na frente do marcador (43’). Pelo meio, os dragões já haviam reduzido numa grande penalidade de Coates sobre Brahimi, bem assinalada, convertida por Herrera. O mexicano foi quem mais perto esteve do golo do lado dos portistas: já havia atirado ao poste (7’) e logo a seguir ao golo atirou bem perto da baliza de Rui Patrício (36’).

    Porém, voltemos a Slimani para notar que em três ocasiões no primeiro tempo o ponta-de-lança leonino fez dois golos.

    Mas porque aparece ele sozinho em zona de golo?

    Porque é felino e sagaz e aprimorou os seus dotes de matador com Jorge Jesus, claro. Mas também porque o FC Porto em vez de dois centrais tem uma passadeira azul no eixo da defesa.

    E aí voltamos às deficiências portistas.

    Chidozie (aposta de Peseiro para esta partida) antecipa-se muitas vezes no homem a homem, mas à zona ou em espaços mais curtos deixa crateras à disposição. Carências que estranhamente o mais experiente internacional holandês Martins Indi também demonstra, tal como os problemas de ambos em saírem a jogar a partir da primeira fase de construção e jogo.

    Jesus sabe isso e colocou os seus avançados – Slimani sobretudo – a pressionarem a saída de bola portista.

    Tal como colocou Slimani de novo a surgir de trás na área nos cantos… Uma jogada estudada que quase valeu o terceiro aos 57’, num lance em tudo semelhante com aquele primeiro golo do Sporting em Alvalade diante do FC Porto (2-0) na primeira volta.

    Outro mérito de Jesus: joga com centrais… E tem laterais que são ofensivos, mas que defensivamente não comprometem em demasia.

    Todos vieram em janeiro, na reabertura de mercado. Uma linha defensiva totalmente nova, que parece rotinada.

    Daí para a frente, há em campo a liderança de Adrien, a classe de Ruiz, o talento e alta rotação de João Mário… E a ferocidade, eficácia e abnegação de Slimani, o homem do jogo. Téo tem estado bem, mas hoje viu-se pouco. William tem sido mais intermitente e hoje viu-se menos.

    Independentemente cada jogador sabe a sua missão em campo e coletivamente isso resulta numa equipa organizada e cheia de garra.

    O oposto do FC Porto, que tem um meio-campo capaz, pela qualidade de Danilo, Herrera e Sérgio Oliveira, mas que daí para a frente vive dos lampejos de criatividade um tanto ou quanto aleatórios de Brahimi e Corona, além da combatividade de Aboubakar.

    É tudo sobre o jogo? Não.

    Falta dizer que Artur Soares Dias só viu uma grande penalidade de Coates, quando o central uruguaio cometeu uma segunda, sobre Aboubakar carregado em falta na área aos 68′.

    Isso foi quando o jogo estava 2-1. Porque Bruno César ainda iria entrar para sentenciar o resultado aos 86’, num remate forte na área com Casillas a ser mal batido.

    Resumindo: a vitória acaba por assentar melhor à equipa mais consistente num bom jogo, sobretudo para os 2 500 leões que esta tarde estiveram no Dragão. O esmagadora maioria dos 41 316 adeptos nas bancadas terá sido também um espetáculo um pouco deprimente este de ver o FC Porto, que já havia batido no fundo, descer um pouco mais e ficar a 13 pontos do Sporting e 15 do Benfica (coisa jamais vista nas últimas décadas).

    Além até deste jogo, 1-3 acaba até por ser uma curta diferença para entre este Sporting cheio de alma de Jorge Jesus, que voltou a demonstrar hoje os méritos de ter voltado a título após tantas épocas arredado desta luta, e um FC Porto desorientado, conformado, e que com Peseiro não ganhou qualquer rumo.

    De tal forma que hoje teve em sua casa de estender a passadeira azul para ver o candidato passar. (Mais Futebol)

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