APAGOU-SE UM DOS MAIORES VULTOS DA PINTURA E DA ARTE DE ANGOLA.
Como é triste escrever esta notícias pouco tempo depois da morte de um AMIGO, que era como se fosse um irmão mais velho. Mas não era possível viver com tanto sofrimento, dor e agonia.
Morreu há instantes o pintor, escultor, cantor e poeta angolano, Eleutério Sanches, depois de muitos meses a lutar contra diversas maleitas que o atacaram nos últimos anos. Tinha 81 anos.
É caso para escrever que o pintor morreu mas ficaram as obras, e toda uma geração de alunos que ele formou, durante os mais de 40 anos dedicados à docência.
Muitas dessas obras não as conseguiu acabar. Mas talvez seja o momento de se pensar numa Fundação com o seu nome, para acolher todo o seu espólio e ao mesmo tempo apoiar novos valores da pintura angolana.
No momento em que escrevo esta prosa, caiem-me as lágrimas pelos cantos dos olhos. A tristeza é imensa. Mas termino com uma canção escrita e cantada por Eleutério Sanches, em 1950 e, dedicada à tia Chica Caioió:
Canção para a tia Chica Caioió
Na quindinha da tia Chica Caioió
Tinha doce, doce, docinha…
A quindumba da tia Chica Caioió
Era branca, branca, branquinha…
Saudosa tia Chica Caioió
Com seus cabelos brancos de Vovó!
A moringa da tia Chica Caioió
Era nova, nova, novinha…
A cubata da tia Chica Caioió
Era velha, velha, velhinha…
Saudosa tia Chica Caioió
Com seus cabelos brancos de Vovó!
A quimdumba da tia Chica Caioió
Era branca, branca, branquinha…
A mão grande da tia Chica Caioió
Era negra, negra, negrinha…
Saudosa tia Chica Caioió
Com seus cabelos brancos de Vovó
Ai! Saudade! Saudadinha!
Eleutério Sanches
O “Portal de Angola” lamenta a partida deste pilar da cultura angolana e endereça as condolências a toda a família do nosso querido amigo Eleutério. Que a sua alma descanse em Paz.
por José Valentim Peixe
Cara, Maria Nunes.
O meu nome é João Carlos Santos. Fiz parte desse grupo; “Jograis de Pombal”. Tive o privilégio de ser aluno do Mestre e de privar com a sua familia, em sua casa, na Robles Monteiro, em Benfica. Invade-me a nostalgia que sinto desse tempo, a par da profunda dor que sinto na actualidade, ao saber da sua morte.
Como dizia o Mestre…é um até já.
A minha condolência a toda a sua família…em especial, sua esposa, que era uma querida.
“…até já, querido Mestre e Amigo.
É com grande pesar que leio esta noticia.
Foi meu professor de TEPR (Técnicas de expressão e práticas de representação) no principio dos anos 90, durante 3 anos, na escola sec. Ferreira-dias no Cacém.
Guardo muitas das suas técnicas de pintura e o seu incentivo no mundo da musica. Toquei viola com ele uma ou duas vezes.
Forte abraço, onde quer que esteja….
Embora desconhecedor da existência do Sr. Professor Eleutério, tudo o que aqui li, é mais do que suficiente para lamentar o falecimento de um grande Homem que além das suas qualidades e conhecimentos, era um Excelente Professor e um excelente ser humano, que fica a fazer muita falta ao Povo Angolano e ao Povo Português…
Excelente professor e excelente ser humano. Conheci-o ha mais de 35 anos, na Escola Marquês de Pombal, onde dinamizava um grupo de poesia declamada. Nao havia aluno que nao gostasse dele. Envolvia-nos na sua bondade e talento. Encontrei-o mais tarde, já como professora, e lembrava-se com saudade de cada elemento desse grupo. Uma perda que deixa um grande vazio…