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    Escola improvisada assegura o ensino

    Na esperança de assegurar o enquadramento das crianças e adultos no sistema de ensino, a Organização Não Governamental para o Desenvolvimento Comunitário em Angola montou uma escola de chapas de quatro salas de aulas num terreno que lhes foi cedido pelos moradores.

    A falta de material escolar, carteiras e quadro adequado não tem servido de motivo de desencorajamento para todos aqueles que querem apreender. Prova disso é que a instituição que lecciona, há dois anos, aulas da iniciação a sétima classe tem actualmente 359 alunos matriculados.

    “No ano lectivo passado tínhamos 414 estudantes, mas com o passar do tempo, e devido as dificuldades financeiras, este número baixou este ano para 359 estudantes. Dos quais 80 frequentam a pré-classe, 64 a primeira classe, 45 a segunda classe, 39 a terceira, 52 a quarta classe, 36 mulheres na alfabetização e os restantes estão na quinta, sexta e sétima classes”, explicou o director da escola Domingos Correia. Ele explicou ainda que para assegurar o normal funcionamento da escola e permitir o enquadramento de todas as crianças no sistema de ensino, os valores das propinas variam em função dos níveis académicos e não são superiores a 1000 Kwanzas.

    Mas mesmo assim, a maioria dos encarregados de educação não consegue honrar com os seus compromissos financeiros, devido a situação de extrema pobreza em que se encontram.

    Para facilitar as crianças com ida desde frequentar a iniciação, esta classe tornou-se grátis e os educa dores são obrigados apenas a comprarem os materiais escolares para os seus filhos que se encontram à venda no mercado informal, embora façam parte do leque de materiais escolares de distribuição gratuita, de acordo com o regulamento do Ministério da Educação. O director mostrou-se preocupa do com a burocracia que os mandatários da ONG estão a encontrar para legalizar a escola junto da repartição municipal da Educação de Cacuaco, mas tudo indica que os impedimentos devem-se ao facto de o bairro ser ilegal.

    “Esperamos que o governo legalize a nossa escola por ser a única existente neste bairro, visto que as outras acabaram por encerrar por falta de aderência”, explicou. O funcionamento da escola é as segurado por nove professores residentes naquele bairro, sendo na sua maioria técnicos médios.

    Por falta de fontes de energia eléctrica, as aulas são apenas leccionadas nos períodos da manha e da tarde. As aulas de alfabetização são as mais procuradas pelas mulheres. Os homens, constrangidos com a ideia de estudarem na mesma sala com as suas esposas, solicitaram à direcção da escola a criação de um horário exclusivo para eles.

    O professor Faustino Sumba sonha com a possibilidade de um dia as actuais instalações serem substituí das por outras mais modernas e que a escola se transforme em instituto médio.

    Formado em ciências sociais, o jovem que lecciona da terceira a sexta classe disse que o facto de não ter ainda um ordenado não tem servido de motivo de desmotivação, porque sente-se feliz por estar a contribuir para a formação daquelas crianças. “Neste momento ainda não temos direito a salário, mas acreditamos que as coisas vão melhorar assim que o Governo legalizar o bairro e a escola, porque poderão surgir outros apoios”, declarou o jovem que não está a frequentar o ensino superior por falta de condições financeiras. A administradora municipal de Cacuaco, Rosa Dias dos Santos Janota, disse, em entrevista à Rádio Luanda, que foi constituida uma comissão para estancar o crescimento desordenado daquele bairro e dicidir o destino a ser dado àquela população.

    Esta medida deve-se ao facto de o bairro ter surgido numa zona que é reserva fundiária do Estado e de for ma ilegal.

    FONTE: O País

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