O Parlamento da Guiné-Bissau iniciou hoje a última sessão do ano legislativo, mas sem qualquer projeto de ordem dos trabalhos, que devem durar até 29 de julho, indicou o presidente em exercício da instituição, Ibraima Sory Djaló.
No seu discurso de abertura da sessão, Sory Djaló lamentou que “pela primeira vez na história do parlamento” guineense “dá-se o início da sessão sem um projeto de ordem do dia aprovado”.
A inédita situação deve-se a uma divergência de posição entre os dois principais partidos no parlamento quanto aos pontos que devem constar na agenda dos trabalhos.
O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), principal força política e que estava no poder até ao golpe de Estado de abril passado, quer que seja introduzido um ponto na agenda dos trabalhos que admita a eleição de uma nova mesa para dirigir o Parlamento.
Rui Diã de Sousa, líder da bancada parlamentar do PAIGC argumenta que esta posição é aquela defendida pela CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados a da Africa Ocidental) para o retorno à ordem constitucional na Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado de 12 de abril.
Na reunião da Comissão Permanente para elaboração dos pontos que devem ser analisados na sessão hoje iniciada o PRS (Partido da Renovação Social), que é líder da oposição, rejeitou esta proposta, alegando que já existe uma mesa que preside aos trabalhos parlamentares.
O presidente em exercício do parlamento guineense é deputado pelo PRS.
Ibraima Sory Djaló considerou que “nem sempre as coisas acontecem como previstas”, uma vez que “já é do conhecimento público que pela primeira vez não há um projeto de ordem de dia” dos trabalhos.
“Como todos sabem, não foi possível aprovar o projeto da ordem de dia na Comissão Permanente e neste caso o projeto será submetido à plenária para este efeito”, disse Sory Djaló, no seu discurso de abertura da sessão, encerrada 30 minutos depois.
É norma a suspensão dos trabalhos no parlamento guineense ao meio dia de sexta-feira para serem retomados na segunda-feira às 10:00.
FONTE: Lusa