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    Enchentes nas paragens deixam passageiros agastados

    Governo Provincial de Luanda diz existirem 325 novos autocarros em 11 eixos estratégicos e ameça punir as empresas de transportes públicos que não respeitarem os contratos estabelecidos.

    Usuários de transportes colectivos na cidade de Luanda ficam mais de duas horas nas paragens à espera de autocarros e táxis colectivos. Na verdade, está cada vez mais difícil andar de transporte público na cidade de Luanda.

    Apesar do alargamento dos horários para facilitar a circulação, as dificuldades continuam.

    A equipa de reportagem do Jornal de Angola passou por alguns eixos definidos pelo Governo Provincial de Luanda e paragens de táxi e constatou um cenário indescritível. As pessoas continuam aglomeradas sem respeitar o distanciamento físico exigido pelas autoridades sanitárias diante da pandemia da Covid-19.

    Entre as pessoas encontradas nesse “empura-empurra” está Lili Gabriel. Trabalha na Centralidade do Kilamba e vive no Golfe II. Disse que a sua vida tem sido um “inferno” quando tem de ir trabalhar e o mesmo acontece no regresso a casa.

    Normalmente, referiu, fica duas horas na paragem. Conta que os autocarros não circulam no Kilamba e os táxis encurtam as rotas.

    “Os táxis cobram por cada rota 150 a 200 kwanzas. Por vezes, tenho de apanhar três a quatro táxis para chegar a casa. A vida está mal. Temos de nos submeter a esta situação para podermos manter o emprego, que já está difícil”, disse.

    Fernanda João encontramo-la na paragem de táxi da Centralidade do Kilamba desesperada, devido às dificuldades de tomar um táxi. Estava na paragem há mais de uma hora e 30 minutos.

    Ela vive no município de Viana e trabalha na Centralidade do Kilamba há seis anos. Disse que nunca sentiu tanta dificuldade para se deslocar como agora.

    Realçou que o tempo de espera é cansativo, por isso, pede ao Governo Provincial de Luanda para criar melhores estratégias, com o objectivo de acabar com essa situação.

    “Isto causa um grande transtorno e afecta não só o serviço, como o cumprimento de outras obrigações, pois sou esposa e mãe. Além disso, afecta também a saúde individual, já que a pessoa está sempre em stress”, referiu.

    Madalena da Silva vive no Calemba II e afirma que diariamente gasta 800 kwanzas com o transporte público.

    Afirmou que a situação não tem sido fácil e pede às autoridades solução urgente, porque nesta fase da pandemia a lotação nos transportes públicos está reduzida. Por isso, é necessário o aumento de mais transportes públicos, sem esquecer que alguns sobem os preços.

    Governo vai penalizar empresas incumpridoras

    Depois do acordo com as operadoras de transportes públicos de Luanda, que incluía a distribuição de 325 autocarros em 11 eixos, muitas não cumpriram o contrato estabelecido. Decidiram aumentar as tarifas, encurtar as rotas e violar os horários definidos.

    Diante desta situação, o director provincial dos Transportes, Amadeu Campos, afirmou que as operadoras em incumprimento com os acordos estabelecidos serão penalizadas. Pede aos cidadãos para denunciarem as irregularidades através dos terminais telefónicos 111, pertencente ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) e 928581212, afecto ao Governo Provincial de Luanda.

    Amadeu Campos referiu que os autocarros foram distribuídos em 11 eixos principais, nomeadamente da Avenida 21 de Janeiro à ENAPP, na estrada da Samba. Sublinhou que este eixo tem 20 autocarros disponíveis.

    Para o percurso Avenida Deolinda Rodrigues ao Capalanca – com algumas excepções até Catete/Quissama existem 58 autocarros. No trajecto que liga a Estrada da Samba ao Benfica estão disponíveis 20 e da Estrada de Cacuaco ao Porto de Luanda, 40 autocarros.

    De acordo com o director provincial dos Transportes, a rota da Avenida Pedro de Castro Van-Dúnem Loy, que sai da Shoprite do Palanca ao Benfica, tem 34 autocarros, do Nosso Super do Benfica ao Kilamba estão atribuídos 14 meios, de Cacuaco ao Benfica – percurso da Avenida Fidel Castro- estão 60.

    Acrescentou que o troço Mutamba/Aeroporto/Gamek possui 20 autocarros, da estrada do Zango 5 à vila de Viana 30, o trajecto S.Paulo/Gamek 21 autocarros e Benfica/Ramiro/Cabo Ledo oito autocarros.

    São, no total, 325 meios definidos para os 11 eixos da cidade de Luanda. O Executivo assumiu, recentemente, a inclusão de 220 autocarros com o objectivo de facilitar o movimento de passageiros.

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